Desde 2014, o Brasil passa por uma crise econômica e política, gerando grande recessão do produto interno e, por consequência, alto índice de desemprego. Dessa forma, conjunturas assim agravam ainda mais a realidade do jovem brasileiro, que, por diversos fatores, enfrenta grande dificuldade para se inserir no mercado de trabalho. Diante disso, convém analisar a questão e suas problemáticas. Cabe apontar, em primeiro plano, que o jovem está presente em um contexto desfavorável em relação as vagas de emprego. Nesse sentido, a maioria dos contratantes buscam por mão de obra qualificada e experiente, diminuindo as oportunidades para a nova geração de trabalhadores. Sob esse viés, a soma desses fatores contribui para que 25% das pessoas entre 18 e 24 anos estejam desempregados, segundo o IBGE, constituindo uma negligência de excelentes profissionais em potencial. Desse modo, é visível a gravidade da situação que precisa ser corrigida. Todavia, existem percalços que permitem essa realidade. Nessa perspectiva, pode ser observado como problema a falta de preparação, por parte da escola, para as exigências práticas do mercado de trabalho, ficando restrita apenas à área acadêmica. Paralelo a isso, programas, a exemplo do Jovem Aprendiz, são pouco incentivados e não conseguem atender a demanda. Dessa maneira, intervenções são necessárias, uma vez que, para o sociólogo Durkheim, a sociedade é como um “corpo biológico” com partes interagindo. Assim, qualquer desequilíbrio, como esse déficit de empregos, é maléfico a todo o “organismo”. Fica claro, portanto, que a problemática existe devido a um cenário desfavorável para o jovem. Assim, o Ministério da Educação deve adicionar a grade de conteúdo, principalmente do ensino médio, disciplinas de educação administrativa e de gestão econômica, para que o aluno já tenha contato com algumas das áreas necessárias no mercado de trabalho. É fundamental, também, que as escolas públicas, financiadas pelo Estado, criem cursos profissionalizantes e, a partir de parcerias com empresas, ofereçam estágios para os estudantes, isso a fito de proporcionar qualificação e tempo de serviço a esse público. O Legislativo pode, ainda, aprovar mais leis que incentivem a contratação de aprendizes, reduzindo impostos à empregadores que possuam seus próprios programas de introdução ao primeiro emprego, visando, assim, garantir maior número de vagas e mais experiência a essa população.