Os protestantes calvinistas afirmavam desde o século XVI que o trabalho seria o grande responsável pela dignificação do homem. No entanto, é imprescindível que seja realizada, primeiramente, a descoberta quanto ao tipo de indivíduo que se almeja ser, a fim de minimizar as infelicidades pessoal e profissional. Na sociedade contemporânea, é comum o descontentamento em relação à carreira escolhida, visto que não há uma orientação psicopedagógica eficiente capaz de sanar esse dilema ainda na escola. Ademais, tal fato poderá acarretar inúmeras deficiências comunicativas na futura relação entre patrão e empregado. Em primeira instância, é possível discorrer acerca da idealização que comumente ocorre em relação à escolha da carreira profissional. Nesse contexto, a problemática está geralmente associada aos padrões que são impostos cotidianamente na vida em sociedade, na qual privilegia-se, muitas vezes, somente o âmbito da estabilidade econômica pela manutenção do status quo. Tal fato reitera o que fora abordado pelo sociólogo Max Weber, onde esse afirmava que a busca pelo lucro era responsável por reger a vida em comunidade e limitar o panorama das escolhas pessoais, o que identifica claramente o fenômeno de insatisfação experimentado atualmente no mercado de trabalho. Há de se considerar também que existe enorme falha no sistema de formação universitária, posto que muitos indivíduos adentram o meio de convivência profissional apenas com o desenvolvimento cognitivo atrelado às eletivas necessárias para a aquisição do diploma. Dessa forma, mesmo que convicto de que tenha realizado a escolha correta para sua graduação, o jovem é obrigado a enfrentar uma série de desafios relacionados ao despreparo para a aplicabilidade de seu conhecimento na prática, o que dificulta que esse atinja o desempenho esperado por seu supervisor ou chefe. Com isso, é legítimo inferir que a não inserção plena de recém-formados no ambiente corporativo é consequência direta de sua inexperiência durante o período de formação acadêmica. Torna-se evidente, portanto, que os impasses que permeiam a configuração de trabalhadores que possuem total firmeza quanto sua escolha profissional e a devida consciência dos atos que deverão ser tomados no cotidiano do ambiente de trabalho requerem a atuação conjunta do Ministério da Educação em consonância à instituições escolares e empresas. À primeira, cabe o maior incentivo de palestras e consultas vocacionais, por meio de atendimentos pedagógicos frequente aos alunos. Ao segundo, deve haver estímulo ao maior oferecimento de estágios, por meio de programas universitários que ofereçam parceria durante todo o período de conclusão do curso. Dessa forma, viabiliza-se o aprimoramento do jovem no mercado de trabalho.