Tanto para jovens em seu período escolar, quanto para aqueles que já terminaram o ensino superior, a inserção no mercado de trabalho é um desafio. A falta experiência ou a "rebeldia" dos iniciantes são barreiras impostas pelo empregadores, o que mantêm as portas do mercado fechadas. Em busca dos seus primeiros empregos, as qualidades da juventude não preenchem os pré-requisitos de empresas na hora da contratação. Em suma, as organizações buscam profissionais experientes, pois acreditam que tais pessoas possuem mais habilidades para lidar com eventuais problemas e que recebem ordens e as obedecem mais facilmente do que os jovens. Essa preferência impele a nova força produtiva para contratos mais instáveis, ou seja, mais rotativos, quando não ao desemprego, que se encontra na taxa de 15,3% entre os jovens, o triplo da de adultos, que gira em torno dos 4,6%, segundos dados da Organização Mundial do Trabalho (OIT). Ao nos referirmos às mulheres e aos negros, a situação é ainda pior com índices mais acentuados, pois fatores como gênero e etnia ainda são levados em consideração no momentos de completar o quadro de funcionários. Outrossim, a entrada no mercado de trabalho, muitas vezes, ocorre pela necessidade econômica no complemento da renda familiar, busca por independência ou ainda, realização pessoal e acaba abandonando-se os estudos. Dessa forma, essa inserção precária, no ambiente laboral, acarretará empregos de baixa qualidade na vida adulta, ou seja, a má-formação prejudicará as contratações para cargos que exigem qualificação, conforme a avaliação de 41% das 1761 empresas que participaram de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria sobre o assunto. Por fim, o aporte maior, em forma de subsídios fiscais, por parte dos governos estaduais, às empresas que adotarem programas como o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), que proporciona capacitação aos jovens aprendizes, ajudará os mesmos a entrarem no ambiente trabalhista sem abandonar a escola ou a faculdade. Podemos citar também a ampliação da Lei n°10097/2000 que determina que empresas de grande e médio porte tenham sua organização composta de 5% a 15% por jovens, para empresas de pequeno porte, todavia com uma taxa menor de 1% a 2%, por exemplo. E, em conclusão, a aplicação de severas multas, por parte também dos governos estaduais, responsáveis pela fiscalização, às corporações que descumprirem essas normas. Afinal, a oportunidade tem que ser oferecida a todos de forma igualitária.