Com a lógica capitalista o mercado de trabalho torna-se cada dia mais competitivo e fica mais difícil adequar-se a ele. Mas, além de um alto nível de qualificação, outros quesitos são cobrados, como experiência e o maior tempo possível disponível para a empresa. Com isso, os jovens são os principais a sentirem dificuldades para inserirem-se no mercado de trabalho. De acordo com dados do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –, o desemprego entre os jovens chega a ser o triplo que entre os adultos. É fato que, ao contratar, as empresas prezam por pessoas mais velhas por julgá-las mais experientes. No entanto, para que os jovens possam ter experiência é imprescindível que os empresários abram espaço para que isso ocorra, oferecendo estágios mesmo durante suas formações. Contudo, o compromisso das companhias não está apenas em ofertar uma vaga de emprego, mas também um trabalho que entenda a maior necessidade de flexibilidade nos horários para que o jovem possa dar continuidade a sua formação mesmo enquanto trabalha. Assim, o incentivo ao empregado motivará o jovem a aplicar todo o conhecimento que está sendo adquirido no seu trabalho, possibilitando a entrada de novas ideias na empresa, o que contribuirá para o crescimento e fortalecimento da mesma no competitivo cenário da concorrência capitalista, que está sempre exigindo inovação. Importante salientar, também, que a falta de oportunidades ofertadas durante a formação dos jovens prejudica até mesmo as próprias empresas quando finalmente resolverem empregá-los. Há jovens que fazem, além da graduação, mestrado, curso de línguas e estágios no exterior para só depois conseguirem ser empregados na sua área de formação. Dessa forma, já vão esperar por vagas de líder ou com altos salários que justifiquem todo o seu esforço. Porém, cargos mais baixos são ofertados pelas empresas para que se possa colocar todo o conhecimento teórico em prática, deixando-os frustrados e desmotivados já no início da sua carreira profissional. Faz-se necessário, portanto, que as universidades, públicas e privadas, busquem associar-se a empresas que pretendam empreender os jovens que estão se formando, ofertando-lhes vagas de estágio e a possibilidade de colocar em prática seus conhecimentos e ideias. Outrossim, o Ministério do Trabalho deve associar-se a ONGs engajadas no assunto para abrirem fóruns online para debater, incentivar e mostrar aos empreendedores os benefícios de abrirem espaço aos jovens. Concomitantemente, cabe ao Ministério do Trabalho, ainda, criar órgãos que fiscalizem e apliquem multas a empresas que admitam jovens em cargas horárias abusivas que prejudiquem sua formação.