Atualmente, há maiores possibilidades de ingresso em faculdades e universidades. Há mais cursos, mais escolas e mais incentivo, através de financiamentos estudantis públicos e privados. Entretanto, esse aumento do número de vagas ocasionou a produção em massa de profissionais de nível superior, o que seria de grande valia se não fosse o engessamento das grades curriculares e a preocupação que se resume à conquista do diploma em detrimento do investimento em qualidade no processo de formação. Desta forma, as faculdades admitem alunos sem grandes critérios, o que leva muitos jovens a encararem os ensinamentos do terceiro grau sem base educacional, dificultando o término do curso ou formando um profissional sem conhecimento técnico suficiente para ser inserido no mercado de trabalho. Outra importante vertente é o fato de os currículos dos cursos, muita vezes, negligenciarem âmbitos importantes da formação do estudante. Um exemplo é a reduzida carga horária de cadeiras de gestão em cursos da área da saúde, parte importante da formação diante da multiplicidade de caminhos que um profissional pode seguir dentro da mesma área, ou a quantidade reduzida de aulas práticas em cursos de análises clínicas, cujos estudantes devem ser exaustivamente treinados por causa dos detalhes envolvidos no contexto de um diagnóstico laboratorial. Portanto, essas falhas na formação do estudante levam à graduação de muitos profissionais na mesma área, que têm pouco conhecimento técnico e, muitas vezes, pouca maturidade, dificultando sua inserção em um mercado, geralmente, já consolidado, com profissionais de reconhecimento. A saída, isto posto, seria uma maleabilidade maior nos currículos das universidades, levando a uma formação ampla e diversificada, bem como a adoção de critérios mais rigorosos de inserção ao curso superior, esclarecendo que, para o início de uma jornada acadêmica, é necessário que o jovem tenha, no mínimo, base educacional que possibilite o aprendizado na área escolhida.