O capitalismo e a lógica de concorrência de mercados fazem com que o desenvolvimento científico seja um diferencial de um país na aquisição de maior capital. Isso porque quanto mais pesquisas, maior a produção tecnológica e, portanto, mais se desenvolve o país ao atrair maiores investimentos e exportar tecnologias. Contudo, essa lógica parece não ser prioridade no Brasil, já que o baixo incentivo financeiro aos trabalhos científicos e a sua desvalorização tornam o processo muito aquém do ideal. Quando se trata de tecnologia, o país que vem em primeiro plano à mente são os Estados Unidos da América (EUA), posto que é um dos maiores investidores em pesquisa. Conforme dados de 2010 do Ministério da Pesquisa e Tecnologia, os EUA contam com 9,4 pesquisadores a cada cem mil trabalhadores, enquanto que o Brasil possui 1,33. Nesse contexto, nota-se a baixa relevância dada ao desenvolvimento científico pelo governo brasileiro, o que desmotiva os graduados a se inserir nessa carreira profissional e atrasa a ascensão econômica do país, visto que a incorporação de tecnologia agrega valor aos produtos nacionais. Outrossim, a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241 de 2016 recrudesce o cerceamento científico. Desse modo, houve o congelamento de gastos públicos por até vinte anos, em especial na área educacional e de saúde. Sendo assim, o aumento de investimentos nos tecnopolos brasileiros, os quais são, em sua maioria, as universidades, faz-se praticamente inviável. Logo, ocorrerá maior retração da produção científica, bem como corte de bolsas, aumento da burocracia para liberação de projetos de pesquisas a serem financiadas e “fuga de cérebros”, este último quando pesquisadores saem do país em busca de melhores oportunidades. Isso posto, é preciso atentar-se à importância do desenvolvimento científico no progresso brasileiro, fato que não pode ser menosprezado. Em vista disso, é necessário que haja uma revisão da PEC 241 pelo Congresso Nacional, a fim de reduzir o tempo de congelamento dos gastos públicos, além de manter essa conduta apenas para setores que seriam menos prejudicados. Dessa maneira, haverá maiores incentivos à pesquisa científica e tecnológica, o que melhoraria a economia brasileira, como também atrairia mais investimentos estrangeiros.