No século XIX, o mundo maravilhava-se com as primeiras feiras científicas, onde países, predominantemente europeus, exibiam suas mais novas descobertas. Já no século XX, a corrida tecnológica, inserida na guerra fria, causava espanto em todo o planeta, enquanto o Brasil ainda concluía sua industrialização. Hoje não é diferente. Países como, China, Japão e EUA destacam-se no cenário mundial de pesquisa, enquanto o Brasil parece andar para trás. Cabe pontuar, de início, os motivos os quais levam ao sucateamento da ciência brasileira. É importante entender que boa parte dos resultados de pesquisas no país não são levados ao público leigo, levando a crença que os gastos em ciência são em vão. Outro ponto relevante é subordinação das pesquisas ao mercado. Com o avanço do capitalismo houve uma inversão dos valores na ciência, uma vez que a maioria das pesquisas em andamento buscam a maximização de lucros, deixando os benefícios à humanidade em segundo plano. Ademais, convém destacar que o Brasil não segue uma tendência mundial de conter despesas. Embora espera-se cortes de gastos significativos em tempos de crise, é necessário entender que a produção científica de uma nação está diretamente ligada ao desenvolvimento social e econômico dessa. Na crise de 1929, por exemplo, o governo dos EUA priorizou os investimentos nos setores de educação a fim de superar a instabilidade o quanto antes. No Brasil ocorre o contrário. Em 2015, as áreas de educação e de ciência tiveram cortes de 15% e 25% respectivamente, forçando inúmeros pesquisadores a levarem seus estudos para outros países. Fica claro, portanto, que a ciência é essencial para o progresso de um país. Dessa forma, é primordial que o governo invista significativamente em pesquisas nas universidades, por meio de um aumento do percentual do PIB destinado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Além disso, é preciso que a população tenha conhecimento da produção científica brasileira, através de publicações de artigos científicos traduzidos por intérpretes para uma linguagem mais acessível. E por fim, a escola deve fomentar a curiosidade e o desejo à pesquisa, por intermédio de atividades mais práticas que aproximem os alunos ao mundo da ciência. Dessa maneira, será possível garantir o desenvolvimento brasileiro buscado por anos.