Em 1909, o cientista brasileiro Carlos Chagas descobriu uma doença causada por um protozoário localizado nas fezes do inseto "barbeiro", conhecida nos dias de hoje como "doença de Chagas". Distante dessa perspectiva científica e revolucionária, o Brasil lida atualmente com problemas de incentivo às pesquisas científicas, carecendo de ações efetivas para reverter essa situação. É fundamental, em primeiro lugar, analisar a importância da comunidade científica no país. De acordo com Aristóteles, a felicidade só é alcançada quando há um pleno desenvolvimento da virtude, ou seja, daquilo que completa, de forma excelente, a natureza do cidadão. Assim, com um investimento de menos de 2% do PIB em pesquisas e estudos no Brasil, futuros profissionais são desencorajados a seguir esse caminho, pelo mau retorno financeiro e pela baixa credibilidade social, o que resulta em uma comunidade cada vez menor e pessoas que acabam não desenvolvendo a própria virtude e interesse pessoal. Ademais, convém ressaltar a baixa atuação governamental. Resultado do analfabetismo científico por décadas, a sociedade atual não vê as pesquisas tecnológicas como futuros resultados positivos, uma vez que, de acordo com Zygmunt Bauman, vivemos em uma "modernidade líquida" baseada na valorização do presente e dos resultados a curto prazo. Dessa maneira, os longos anos de pesquisa são justificativas para o desinteresse em transformar a ciência nacional em ideias revolucionárias para o mundo. Ficam evidentes, portanto, as dificuldades para a evolução da ciência brasileira. Para isso, é fundamental uma maior atuação do Ministério da Ciência e Tecnologia, inserindo projetos que incentivem financeiramente laboratórios de estudo e construam centros de pesquisa com melhores condições. A mídia pode criar ficções engajadas, como novelas e séries, que mostrem a situação atual da falta de verbas para iniciativas científicas e como ela é essencial. Por fim, as escolas devem promover palestras e aulas na grade escolar sobre a importância da tecnologia obtida pelas pesquisas, incentivando para que, enfim, a comunidade científica brasileira seja, em um futuro próximo, exemplar para o mundo.