O século XXI é, no campo tecnológico, incomparável a qualquer período anterior. Os avanços resultantes de pesquisas e descobertas do século anterior foram maiores nos últimos trinta anos que em todos os anos anteriores em conjunto. Mesmo assim, a pesquisa científica é pouco valorizada no Brasil, e a falta de valorização impede a existência de investimentos, de modo que um círculo vicioso é criado. É comum que pesquisadores sejam questionados quanto ao início da execução de alguma atividade útil por parentes e amigos. O brasileiro não valoriza a pesquisa como fonte de saber e de desenvolvimento, considerando aquela sem aplicação prática direta inútil. Geraldo Alckmin cristaliza essa ideia e, levando-a à esfera política, ajuda a propagá-la, ao dizer que pesquisas que ‘’servem para alguma coisa’’ devem ter absoluta prioridade sobre as demais. A burocracia se configura como o principal obstáculo para o pesquisador. Aliada com a dificuldade de conseguir um local de trabalho, verbas para a pesquisa e bolsa de subsistência tornam a pesquisa no país impensável para muitos estudantes. A BBC confirma que aproximadamente dez milhões de indivíduos qualificados viviam fora do país em 2007, trabalhando ou pesquisando no exterior – a única alternativa plausível. Um dos fatos que contribui para a falta de valorização é a falta de visibilidade dos trabalhos científicos. Não há divulgação das pesquisas de destaque na grande mídia, e poucos sabem que a quantidade de trabalhos publicados aumentou oito vezes de 1996 a 2011. Com essa situação, a perspectiva é melhora é difícil. Desse modo, é possível concluir que a pesquisa academia no país esbarra na ignorância e burocracia, de forma que o progresso fica comprometido. Um início de solução é a introdução dos jovens, durante o período escolar, à ciência e ao método científico, para que o gosto pela vida acadêmica estimulado e suas possibilidades lhes sejam mostradas.