Título da redação:

Brasil científico

Tema de redação: As dificuldades do desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro

Redação enviada em 21/06/2017

A pesquisa é a base para o desenvolvimento das diversas áreas do conhecimento científico e influencia diretamente os avanços tecnológicos de um país. Todavia, no Brasil, o cenário é paradoxal, pois há aumento no número de pesquisadores e, em contrapartida, queda dos investimentos governamentais e escassez dos privados. Dessa forma, baixos salários, má distribuição dos centros de pesquisa e extrema burocracia são alguns dos entraves que dificultam o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro. Em primeiro lugar, cabe ressaltar que, segundo a revista Nature, o Brasil é o 24º colocado no ranking de países com mais artigos científicos publicados. Apesar disso, a atual crise econômica exige corte de gastos e o ramo da ciência é um dos primeiros a sofrer. Tal situação acarreta em consequências tanto imediatas, como a paralisação de pesquisas, quanto a longo prazo, com possível demanda de conhecimentos científicos que poderiam ter sido alcançados pelos estudos interrompidos. Além disso, os baixos salários dos cientistas, que, de acordo com o site Uol, variam de 300 a 400 reais por mês, e a falta de incentivo por parte das escolas fazem com que muitos jovens percam interesse ou mesmo sequer considerem seguir carreira científica. Aos que não moram no eixo sul-sudeste, entrar para o mundo da ciência é mais difícil ainda: a revista Exame constatou que os melhores centros de pesquisa localizam-se em São Paulo, fato que evidencia desigualdade na distribuição do estudo científico brasileiro. Outro impasse para a ciência é a burocracia vigente que dificulta a aquisição de materiais advindos do exterior. Isso faz com que, muitas vezes, os cientistas optem por materiais mais acessíveis que nem sempre são os melhores, comprometendo, assim, a qualidade da pesquisa. Tendo em vista a situação vigente, o Poder Público e a iniciativa privada devem unir-se para aplicar uma série de medidas que visem melhorar o cenário. É preciso, portanto, que haja forte e ininterrupto investimento, tanto público quanto particular, a fim de aumentar os salários de quem se dedica integralmente ao trabalho científico e fornecer equipamentos necessários, gerando, dessa maneira, melhores condições aos cientistas e seus projetos. Consoante a isso, o Poder Legislativo, em conjunto com a comunidade científica, deve conceber leis que facilitem a obtenção de material científico, com o fito de desburocratizar tal processo e otimizar o tempo de pesquisa. Ademais, às escolas cabe oferecer, desde o ensino básico, informações sobre a carreira científica e posteriormente, no ensino médio, promover visitas aos centros de pesquisa locais ou pertencentes à capital mais próxima, com o objetivo de despertar curiosidade e interesse de jovens em ingressar no ramo da ciência. Para que isso seja possível, os governos estaduais e municipais, juntamente com empresas farmacêuticas, por exemplo, devem investir em infraestrutura a fim de levar centros de pesquisa a todas as capitais brasileiras, principalmente às do norte e nordeste. Tal medida tornará o conhecimento científico mais acessível e proporcionará a realização de estudos que beneficiem, sobretudo, as cidades onde serão feitos. Assim, o Brasil estará no caminho de se tornar um país mais desenvolvido e cientificamente engajado.