É inegável que o Brasil avançou no campo científico e tecnológico ao longo dos anos. Atualmente, o país é responsável por cerca de 3% das publicações feitas no planeta. Entretanto, os cientistas e pesquisadores brasileiros ainda enfrentam uma série de desafios, questões internas que precisam ser superadas para que se possa explorar todo o seu potencial. Nesse contexto, é tarefa do governo identificar as áreas onde as mudanças são necessárias e promover tais melhorias. A falta de investimento é identificada como uma das principais causas para a desaceleração do desenvolvimento científico brasileiro. A maior dificuldade está ligada à manutenção do apoio financeiro, que oscila entre períodos de muito e pouco incentivo de acordo com uma série de fatores externos. Um exemplo disso é a atual situação econômica pela qual passa o país, que serviu de justificativa para a diminuição dos investimentos destinados à ciência e tecnologia. Esse cenário gera incertezas e faz com que muitos cientistas nacionais busquem apoio fora do país para realização de suas pesquisas. Além disso, falta no Brasil uma maior interação entre o mercado privado e as universidades e instituições científicas. Esse distanciamento é causado pela visão imatura dos empresários nacionais que prioriza os resultados a curto prazo. Ademais, a forma como o país conduz o desenvolvimento de pesquisa é demasiadamente burocrática quanto à obtenção de equipamentos e materiais, especialmente com relação àqueles vindos de outros países. Isso acaba por atrasar o estudo e a obtenção dos resultados desejados. A solução para os problemas anteriormente mencionados é uma ação conjunta do poder público, do setor privado e dos próprios pesquisadores em prol da evolução científica do país. Ao governo, através da atividade de fomento, cabe garantir investimentos contínuos na área, de forma que as pesquisas não precisem ser interrompidas. Além disso, é necessário diminuir a burocracia que atrasa a obtenção de materiais e equipamentos, mas sem comprometer o controle sobre a aplicação lícita dos recursos. O setor privado precisa dar mais crédito aos cientistas, formando parcerias e dando o tempo necessário para a conclusão das pesquisas e aparecimento dos resultados. Por fim, os pesquisadores têm a tarefa de gerir, da forma mais inteligente possível, as verbas públicas e privadas, especialmente em tempos de crise, para garantir o máximo aproveitamento do dinheiro destinado à ciência.