Fazer ciência no Brasil nunca foi uma tarefa fácil. Sempre esteve ligada a processos cansativos e burocráticos, que desestimulam e afastam qualquer um que sonhe em seguir uma carreira acadêmica. Um processo histórico que vem desde a criação das universidades brasileiras, no inicio do século XX, e , consequentemente, de seus institutos de pesquisas. Na primeira década dos anos 2000 o país teve o seu melhor momento no desenvolvimento cientifico com o crescente aumento da verba para a ciência, porém nos últimos anos isso mudou radicalmente e agora a situação esta bem alarmante, com altos cortes no orçamento. O país passa por um momento muito delicado da sua economia, com mais de 12 milhões de trabalhadores desempregados em todo o território nacional. E esse cenário acarreta em cortes no orçamento do Governo, que inevitavelmente atingem setores muito importantes como o Ministério da Ciência e Tecnologia, que acabou perdendo mais de 2 bilhões de reais só esse ano. Isso gera um grande prejuízo para o país futuramente, pois atrasa o desenvolvimento cientifico, congelam as pesquisas em andamento e, além disso, gera fuga de pesquisadores para outros países. Esse corte orçamentário em um setor fundamental para o desenvolvimento do país mostra o descaso e a falta de conhecimento do Governo acerca da importância do desenvolvimento cientifico de uma nação. Além disso, dificulta ainda mais o trabalho do cientista brasileiro, que precisa lidar com uma terrível burocracia que o sistema impõe para a obtenção de material de pesquisa do exterior e para o seu financiamento. Toda essa condição dá um aspecto negativo para a carreira de cientista no Brasil e acaba desestimulando os jovens que gostariam de trabalhar na área, seguindo uma carreira na universidade. Fica claro, portanto, que esse cenário de cortes de gastos, muito elevados em um Ministério de suma importância, se tornará algo perigoso e fará com que o Brasil pague um valor muito alto por esse equivoco. No entanto, essa realidade é difícil de se lidar, precisando de ações claras e com um planejamento bem feito por parte do Governo Federal aliado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e à iniciativa privada. Por exemplo, com a possibilidade de empresas privadas financiarem pesquisas em universidades públicas e em seus institutos, como o Butantã, assim poderiam ganhar um desconto em seus impostos. Ademais, universidades deveriam ter a possibilidade de receberem doações de pessoas físicas, que possuam uma renda alta, para o financiamento de seus institutos, desse modo, ficariam em uma situação mais confortável em épocas de crises e assegurando o contínuo desenvolvimento da nação.