Na atual sociedade brasileira, a questão do transporte público se configura como uma deficiência estrutural determinante na qualidade de vida de grande parte da população. Isso se evidencia não só pelo número insuficiente de veículos e servidores para atender os usuários, mas também pela limitação na variedade de meios de locomoção públicos disponíveis. Em uma análise inicial, é possível afirmar que há um déficit no número de profissionais e carros públicos para o transporte de passageiros nas grandes metrópoles do país. Essa situação se deve, principalmente, à incapacidade de gerar receitas e aos investimentos deficientes dos recursos públicos nesse setor. Sendo assim, as superlotações dos veículos, que colocam em risco a integridade física dos transportados, são as terríveis consequências desse contexto. Além disso, é notório que a ausência de um repertório mais vasto de opções para transporte público - em especial, de meios individuais - corroboram com o panorama negativo enfrentado pelo setor. As bicicletas, que possuem um potencial interessante para reduzir as demandas por transportes públicos tradicionais em trajetos curtos e, concomitantemente, promover melhora na qualidade de vida da população, são ignoradas pela maioria dos governantes. De acordo com o que formulou o físico inglês Isaac Newton, para toda a ação há uma reação. Destarte, a fim de provocar reações positivas no sistema público de transporte do país, medidas precisam ser tomadas. Cabe às secretarias municipais de transporte a elaboração de planos publicitários que potencializem a arrecadação a partir de espaços de exposição em ônibus, trens, metrôs e estações, direcionando essas receitas extras para a aquisição de novos veículos e também para o investimento em meios individuais de locomoção, de forma a distribuir e equilibrar a demanda da população, evitar superlotações e elevar a qualidade das viagens.