Título da redação:

Os ônibus fazem greve por trabalho escravo

Tema de redação: As deficiências do transporte público brasileiro

Redação enviada em 19/06/2017

Historicamente, o Brasil teve uma industrialização tardia e centralizada, seguida da Revolução Verde, que ocasionou uma grande migração para as cidades mais industrializadas em busca de emprego, gerando a metropolização. No entanto, o transporte público não cresceu de forma proporcional ao crescimento populacional, gerando o problema mais relatado pela população: a superlotação. Resta saber se tais problemas serão corrigidos para garantir o direito de transporte do cidadão brasileiro. Em primeiro lugar, observa-se que o transporte público não cresce proporcionalmente à população. Análogo à ideia de Malthus, o crescimento da rede urbana coletiva está crescendo em progressão aritmética, em contrapartida, a população cresce em progressão geométrica. Tal fato é visto em um dado da SPtrans, que de 2005 a 2013, o transporte coletivo não cresceu em São Paulo, enquanto 400 milhões de pessoas a mais passaram a ser transportadas. Desse modo, devido ao processo histórico ainda vigente, a centralização das indústrias tende a piorar o cenário dos coletivos. Por conseguinte, com a periferização nas cidades das classes media e baixa, há um grande fluxo de pessoas em direção ao centro, causando a superlotação dos ônibus e metrôs. Nas metrópoles do Brasil, empregos, escolas e hospitais situam-se nos centros, elevando o custo de moradia, segregando as classes sociais. Devido a isso, grande parte das pessoas usam ônibus e metrôs para irem trabalhar, levando ao inchaço desses transportes. Exemplo disso é São Paulo, a cidade mais populosa do hemisfério sul, possui apenas 74 km de metrô, enquanto a Cidade do México no hemisfério norte, 337 km. Dessa forma, a pequena rede pública de transporte não suporta a grande demanda de pessoas. Nesse contexto, portanto, é necessário ações para garantir o direito de transporte dos brasileiros. Primeiramente, os governos municipais devem, junto com a secretaria de transporte, ampliar a frota pública de transporte, colocando mais linhas de ônibus para evitar a polarização em uma única opção, além de aumentar a quilometragem dos metrôs, expandindo os já existentes e criando outros. Outrossim, o governo federal deve descentralizar as indústrias, tornando outras partes do país atrativas, reduzindo o inchaço no sudeste, facilitando a circulação dos coletivos. Feito isso, os desafios do transporte público brasileiro serão eliminados.