A constituição do Brasil de 1988, famosa por sua aparente noção de cidadania, possuía um artigo reservado para a questão do transporte público. Nesse contexto, o cidadão seria assegurado de meios de locomoção com qualidade, preço justo e principalmente capaz de garantir o direito de ir e vir dos brasileiros. Porém, a realidade que nos é mostrada contradiz cada palavra da norma e consequentemente presenciamos variados movimentos , como as manifestações de 2013, exigindo melhoras nas formas de deslocamento oferecidas pelo governo, o que evidencia o despreparo Estatal para garantir uma rede de transporte eficiente. Embora seja um dos meios de translado mais utilizados pelo brasileiro, o ônibus é a síntese da precária prestação de serviços por parte do Estado. Além do custo de suas passagens, de acordo com o INPC, ultrapassarem o reajuste inflacionário, o preço pago não condiz com as presentes falhas estruturais dele, tais como a superlotação e baixa seguridade nas estações. Dessa forma, a parcela da população mais prejudicada é justamente a que mais depende do serviço público, pois como não pode arcar com os custos de um automóvel , há de se submeter as condições impostas pelas empresas de ônibus Outro fator que deve ser analisado é a maneira ineficaz que o governo integra as demais formas de locomoção. Como durante muito tempo o transporte rodoviário foi o foco dos investimentos estatais, houve uma atrofiação do ferroviário e do hidroviário, restando ao primeiro conter a maior parte de fluxo da comunidade. Por conseguinte, nos deparamos com uma imensa desorganização e lentidão nas ruas e avenidas das grandes cidades brasileiras, o que torna o trânsito nesses locais estressante e cansativo. Vale ainda ressaltar, os impactos ambientais decorrentes da vasta utilização do deslocamento rodoviário, pois como são à base de petróleo , produzem gases tóxicos e poluentes, podendo gerar consequências como a inversão térmica e a ilha de calor, aumentando os riscos à saúde dos moradores. Em suma , estão claras as diversas adversidades enfrentadas para tentativa de utilizar o translado público. Para solucionar a questão , primeiramente o Legislativo deveria instituir uma lei que limitasse o aumento do preço das passagens de ônibus para o reajuste da inflação, como forma de conter a elevação exagerada delas. Ademais, o Executivo poderia buscar desenvolver o transporte ferroviário e hidroviário , a fim de atrair maior parcela da população e gerando divisas, que iriam ser reinvestidas nessas formas de locomoção. Por fim, o Ministério de saúde e meio ambiente, deveria dissertar acerca da combustão excessiva do petróleo, e buscar expandir as linhas do próprio VLT.