O processo de formação do Brasil foi marcado pela industrialização tardia e somente após a segunda metade do século XX houve a intensificação do processo industrial, no qual o êxodo rual e a valorização dos terrenos nos centros urbanos onde se localizavam as indústrias gerou a favelização dos trabalhadores. Com isso, diariamente eles precisavam se deslocar para trabalhar, muitas vezes em transportes lotados e enfrentando intenso trânsito, dando início ao processo do caos no transporte brasileiro. É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação sejam precursoras do problema. Segundo o filósofo Nicolau Maquiavel, o Governo é responsável por promover a integridade na nação. Nesse viés, a gestão brasileira inviabilizou tal pensamento, uma vez que em 1888 houve o afastamento do Governo da administração do transporte público, privatizando-a e assim, no advento do capitalismo, as passagens sofrem inflações cada vez maiores. Exemplo disso foram as inúmeras manifestações ocorridas em 2013 que tiveram como fator impulsionador o aumento das passagens de ônibus. Outrossim, é válido salientar que a logística dos países subdesenvolvidos foi a industrialização acelerada e sem planejamento nas cidades. Sendo assim para se deslocar das periferias para os grandes centros, a sociedade, por meio do Toyotismo e sua política “just-in-time”, promoveu o incentivo da compra de carros particulares. Com isso, a demanda de automóveis nas ruas aumentaram, mas as rodovias continuam as mesmas, logo o fluxo será menor, gerando o trânsito caótico das cidades grandes e aumentando as passagens de ônibus devido ao menor número de viagens feitas em um dia. O Brasil possui deficiências no transporte público que estão intrinsecamente ligadas ao seu processo de formação e administração. Como forma de minimizar esse problema, os Prefeitos podem promover a eficiência operacional, exigindo que os automóveis de grande porte se dividam em rotas diferentes, diminuindo o trânsito.Somado a isso, cabe também á essa instituição, com o auxílio do Governo Federal, o investimento em transportes sobre trilhos para diminuir o número exacerbado de frotas nas pistas. Além do mais, cabe ao Movimento Passe Livre a organização de movimentos, que cheguem nas mídias influenciadoras, reivindicando a cobrança desenfreada das passagens de ônibus, para que assim o caos seja diminuído.