Com o advento da Revolução Técnico-científica-informacional, diversas tecnologias, até então não existentes, foram introduzidas na vida da população. No entanto, tais mudanças também provocaram efeitos nocivos ao corpo social, sendo um deles de grande destaque: o sedentarismo. Este se torna ainda mais preocupante ao percebermos que é uma forte realidade entre crianças e adolescentes, haja vista que a não prática de exercícios físicos acarreta gravíssimas consequências às novas gerações, tais como uma série de doenças e uma possível redução da expectativa de vida. De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, o homem não é mero formador da sociedade, mas produto dela. Por meio desse pensamento, é possível compreender, com mais clareza, a questão do sedentarismo infantil na atualidade, pois, uma vez que as crianças se encontram inseridas em um sistema no qual a prática de exercícios é negligenciada, inclusive, por grande parte dos adultos, elas tendem a fazer o mesmo. Por consequência disso, muitos problemas de saúde como diabetes, índices altos de colesterol, hipertensão e distúrbios hormonais se tornam comuns em cidadãos cada vez mais jovens, algo que poderia ser evitado por meio de uma alimentação equilibrada aliada a práticas esportivas. Dessa forma, é possível afirmar que o combate a estilos de vida sedentários, especialmente entre crianças e adolescentes, é de extrema necessidade para a manutenção da saúde pública. Além disso, ainda dentro da concepção durkheimiana, as instituições, especialmente família e escola, são de papel crucial na promoção do bem-estar de infanto-juvenis. Contudo, no que tange ao combate do sedentarismo infantil, tal dever não tem sido efetivamente cumprido. No âmbito familiar, o principal problema é a pouca importância dada aos esportes, a qual é aliada a um grande fornecimento de tecnologias aos pequenos, gerando desinteresse destes em aderir hábitos de vida saudáveis, que são trocados por diversões que não exigem esforços físicos. Nos colégios, mesmo que existam aulas de educação física semanais, a importância da prática de exercícios não é abordada de forma efetiva, não gerando interesse, por parte dos alunos, nela, o que atribui às escolas uma grande parcela de culpa na problemática. Pode-se, portanto, perceber que o sedentarismo infantil é uma gritante questão de saúde pública, sendo a necessidade de seu combate alarmante. Dessa maneira, cabe às escolas, com o auxílio do âmbito familiar, promover ações que mudem o preocupante quadro visto na atualidade. Isso deve ser feito, primeiramente, por meio de campanhas de conscientização nos períodos de aula, através de palestras com especialistas na área da saúde, que devem, em linguajar jovem, descontraído e compreensível a todos os grupos, abordar a importância existente na prática esportiva para um crescimento saudável e um desenvolvimento físico-mental pleno. Ademais, devem ser promovidas reuniões entre pais, alunos, professores de educação física e nutrólogos sobre o estilo de vida que os estudantes estão levando, planejando rotinas de exercícios divertidos, aliados a dietas saudáveis e saborosas aos pequenos. Dessarte, o a problemática poderá ser resolvida e caminharemos no caminho do progresso.