O sedentarismo infantil, no Brasil, está atrelado a causas como o aumento dos meios tecnológicos, a falta de segurança nas ruas e a condição financeira desfavorável de muitas famílias aliado a maus hábitos de alguns pais que são transmitidos aos seus filhos. Com isso, crianças que se movimentam e exercitam-se pouco estão mais propensas a ficarem obesas e contrair doenças cardiovasculares e o diabetes. A violência urbana, muito presente nas cidades brasileiras, contribui para o aumento do sedentarismo infantil. Muitos pais ficam receosos em deixar seus filhos brincarem na rua em consequência da falta de segurança. Dessa forma, famílias de menor poder aquisitivo, que não moram em condomínios com área de lazer ou que não possuem dinheiro para pagar a mensalidade de escolinhas de futebol, natação ou outros esportes, optam por deixar seus filhos dentro de casa divertindo-se com videogames, televisão e celulares, atividades que não permitem à criança um gasto calórico necessário. Assim, a tecnologia configura-se como uma importante causa para o sedentarismo infantil pois, mesmo crianças que possuem a possibilidade de brincar ao ar livre por vezes não o fazem por preferirem os aparelhos tecnológicos. O fato é que muitos pais não possuem um estilo de vida ativo e passam, também, muito tempo conectados. Segundo o Ministério do Esporte, o Brasil possui taxas de sedentarismo maiores que os EUA, um país notadamente conhecido pelo seu alto número de sedentários e obesos. Outrossim, as crianças não adquirem hábitos da prática de esportes e atividades físicas regulares. Tais costumes serão, provavelmente, levados adiante. Portanto, as crianças sedentárias poderão iniciar a vida adulta já com aumento dos níveis de colesterol e risco de diabetes tipo 2, por exemplo, e uma população mais doente contribuirá, futuramente, para o superlotamento do sistema único de saúde. Percebe-se, logo, que medidas devem ser tomadas a fim de proporcionar mudanças. O Estado deve disponibilizar mais policiais para fazerem rondas nos bairros, pincipalmente aos finais de semana, quando as crianças ficam por mais tempo em casa e procuram atividades para fazer. As escolas devem associar-se a profissionais, como educadores físicos, que queiram trabalhar voluntariamente aos finais de semana recebendo pais e alunos para práticas de atividades físicas no ambiente escolar, criando um local seguro e acessível à comunidade. Ademais, as Secretarias de Educação podem levar ONGs engajadas com o assunto nas reuniões de pais para dar palestras orientando-os da importância de obterem hábitos saudáveis que serão transmitidos aos seus filhos, evitando, de tal forma, que se tornem sedentários e, possivelmente, doentes.