É inegável que, ao longo do tempo, a humanidade tenha passado por notáveis mudanças em seus hábitos e em suas rotinas. Graças ao constante desenvolvimento tecnológico, é possível que estejamos presenciando a maior alteração de estilo de vida já vista em nossas sociedades. Porém, apesar de não vivermos em um mundo maniqueísta e termos de reconhecer que nem sempre as mudanças são ruins, a nova geração, acompanhada das novas tecnologias, trazem à tona as possíveis grandes ameaças que estão associadas a um estilo de vida sedentário inédito na humanidade. Se o mal do século XX foram as guerras, o nêmesis de nossa atualidade é o sedentarismo. A geração mais nova cresce em contato com a tecnologia e o conforto proporcionado pela mesma, e muitas vezes nem ouviu falar de brinquedos que sintetizam a infância de seus pais. Alienados, presos por uma tela, ou várias, a tendência à estática das novas crianças é alarmante, haja vista o imediatismo gerado pelo atual modelo social, esse que é fluido, líquido, facilmente desvalorizado e descartável, já denotado por Zygmunt Bauman como "modernidade líquida". Além disso, são diversos os problemas gerados pelo estilo de vida líquido, e eles vão desde a má nutrição até a contração precoce de certas doenças. Hora por descuidado dos pais, ou falta de tempo dos mesmos, as crianças ficam expostas à má nutrição, uma vez que passam a depender cada vez mais de produtos industrializados prontos para consumo. A estática e os maus hábitos alimentares possibilita-nos observar doenças ligadas ao coração e ao sistema circulatório em geral, ratificando os dados da Organização Mundial da Saúde ao revelarem que o sedentarismo é responsável por aproximadamente 5,5 milhões de mortes por ano. Torna-se explícito, portanto, que o sedentarismo gera males que precisam ser combatidos, pelo futuro da nossa sociedade. É dever da família orientar os mais novos sobre hábitos saudáveis, e prover condições e ambientes favoráveis para que esses sejam praticados. Ademais, as escolas desempenham importante papel na educação do indivíduo, podendo ajudar ao abrir espaço para nutricionistas palestrantes e ensinar sobre as causas e consequências geradas pelo estilo de vida. Além disso, o governo, especificamente os legisladores, deveriam promover a ampliação do espaço esportivo para incentivar crianças a se socializarem com outras, enquanto praticam atividade física. Desse modo, caminharemos para um Brasil e um mundo mais saudável.