Com a domesticação dos animais e a técnica de agricultura, a Revolução Neolítica proporcionou uma grande mudança na vida humana: ela trouxe o sedentarismo. Atualmente, no entanto, a Revolução Tecnológica possibilitou uma inatividade física ainda maior. Ao invés de fazer com que o homem tivesse o domínio da natureza, ele é comandado pelo modo de vida moderno, gerando problemas de saúde e uma sociedade egocêntrica e fluida. A partir do advento do capitalismo selvagem, a população se viu obrigada a trabalhar cada vez mais para manter o seu padrão de consumo, fazendo com que o tempo se tornasse escasso. Para a educação dos filhos, a televisão foi contratada como babá e esse dever dos pais foi esquecido com o passar do tempo, juntamente com a incorporação das tecnologias que proporcionaram, por meio do seu mau uso, o sedentarismo. Nota-se a normalidade da implantação desse modelo de vida ao se cogitar a retirada da Educação Física do currículo do Ensino Médio, por exemplo. A enraização da inatividade física, segundo a Organização Mundial de Saúde, já traz problemas para as crianças, como a hipertensão, a obesidade, e a diabetes que, se não aparecerem já na menoridade, serão certos na vida adulta. Além dos problemas de saúde, as atividades coletivas, como brincar na rua e passear em parques com os amigos, foram substituídas pelas individuais, provocando a preferência do egoísmo ao invés do altruísmo. A efemeridade das relações que se construiu nas crianças dessa geração tecnológica produz um ciclo vicioso, fazendo com que esse modo de vida sedentário seja transmitido para as próximas crianças por meio dos adultos que passaram por esse processo. Portanto, o sedentarismo infantil promove problemas de saúde crônicos, além de implantar o individualismo na sociedade, permitindo a sua consolidação. Para que as suas consequências sejam amenizadas ou extinguidas, o Ministério da Educação deve incentivar as atividades físicas, colocando-as com obrigatoriedade no currículo das escolas e proporcionando palestras com especialistas, objetivando a conscientização. Além disso, o mais importante é a prática dessas atividades dos filhos com os pais, por meio de passeios em parques e caminhadas, gerando uma interação social e a quebra do ciclo de promoção do modo de vida sedentário.