"Tornou-se aterradoramente claro que a nossa tecnologia ultrapassou a nossa Humanidade." Parafraseada pelo físico alemão Albert Einstein, essa proposição perpetua-se até os dias de hoje. Nesse cenário, a era digital potencializa o grande marco do Período Neolítico: o sedentarismo. Indubitavelmente, conforme o mundo cibernético diminui as distâncias métricas, quando se diz respeito à globalização, as distâncias afetivas ascendem, como já visionava o escritor brasileiro Jaak Bosmans. A população infantil torna-se uma marionete, substancial, da realidade binária e a ociosidade vem à rotina dessa. O vício e a ingenuidade da criança, somados à indisposição parental e ao conteúdo persuasivo no mundo virtual, direcionam-na à procrastinação e a um prazer ilusório, que evidencia-se maléfico tardiamente. Não obstante ao fato de, por hora, a sedentarização infantil não trazer prejuízos, esses vêm à tona durante a juventude. A obesidade, problemas de visão e a sanidade mental do utente são colocadas em xeque. Em grande escala, aclara-se que a conquista mais fascinante da tecnologia é o homem e as próximas gerações, representadas pelo descaso infantil atual, serão, ainda mais, submissas da tecnicidade. Destarte, fica clara a necessidade de intervenção do poder público. O MEC deve fomentar leis que monitorem o uso de aparelhos eletrônicos em ambiente escolar, além de educar, devidamente, o público infantil a usufruir desse denominador comum da viabilidade e da obsessão a seu favor. O poder midiático deve atuar em propagandas e campanhas que visam deixar as famílias a par do regresso causado por essa bolha social ao futuro da sociedade.