Na década de 20, o fordismo, modelo de produção vigente na época, foi responsável por aumentar a produtividade das indústrias. A produção em massa possibilitou a queda nos preços das mercadorias, aumentando o consumo exacerbado na população, fato que suscitou o famoso “American Way Of Life”, estilo de vida americano, o qual difundiu a cultura do consumismo pelo globo. No entanto, o que outrora era dirigido aos adultos, hoje, destina-se também ao público infanto-juvenil, trazendo inúmeras consequências negativas, corroborando a necessidade de seu combate. Os meios de comunicação de massa, como a televisão, exercem grande papel como formadores de opinião. As crianças, por ainda estarem em processo de formação, depreendem, muitas vezes, os valores assistidos. Os programas televisivos infantis, por exemplo, influenciam seus telespectadores através da idealização de padrões e da exposição de personagens. Isso desperta no público-alvo a vontade de se assemelhar com os ícones veiculados, através da compra de fantasias e aparatos característicos, bem como pela aquisição de produtos de beleza. Tais fatos provocam o crescimento precoce dos jovens, além de afetar a autoestima daqueles que não possuem acesso aos meios supracitados. Ademais, a utilização de brindes que representam ícones infanto-juvenis, pelas redes de “fast-food”, aumenta a ânsia dos mirins pelos alimentos ofertados. Segundo David Hume, filósofo escocês do século XVIII, a concepção de mundo do indivíduo é formada através dos hábitos. Em virtude disso, o consumo exacerbado de alimentos não saudáveis faz com que eles se habituem a esse padrão alimentício, trazendo inúmeras consequências. A obesidade infantil, por exemplo, vem se tornando muito recorrente e suscita outros distúrbios na saúde, como a diabetes e o aumento da pressão arterial, colocando a vida dos jovens em risco. Destarte, é irrefutável que os malefícios causados pelo consumismo infantil são inúmeros e devem ser combatidos. Para isso, é necessário que o Governo Federal sancione a lei da regulamentação midiática, minimizando a veiculação de propagandas destinadas ao público infanto-juvenil, amenizando assim sua influência. É necessário que as escolas possibilitem o estudo da economia, a fim de mostrar para os jovens que não há necessidade de se obter tudo que se vê. E, por fim, cabe à família impor limites aos mirins, para que no futuro eles sejam consumidores responsáveis.