“O ornamento da vida está na forma como o país trata suas crianças”. A frase do sociólogo Gilberto Freyre deixa nítida a relação de cuidado que o Brasil deve ter com as questões referentes à infância. Dessa forma, é válido analisar que as consequências do consumismo para os jovens são: a obesidade, a padronização estética e a exclusão social. A facilidade em ter acesso aos meios de comunicação associada a muito tempo livre, em média de 4 horas e 50 minutos por dia, gera para os menores de idade o sedentarismo. Hoje, 70%ndas propagandas são de “fast food” e a maior parte são transmitidas no horário voltado ao público infantil e faz uso abusivo de promoções e brindes para influenciar a compra. Logo, oito em cada dez adolescentes estão com sobrepeso e correm o risco de serem adultos obesos. Para Karl Marx o fetichismo de mercadorias significa que o ter, vai além do ser. Essa tese está associada à realidade das crianças que veneram super-heróis, bonecas e usam do poder de compra dado pelos pais para viver a fantasia, produzida em computadores, que veem na televisão. Em decorrência disso, vivem a ditadura da beleza que padroniza os costumes, as roupas em busca de um ideal utópico que pode causar transtornos como a anorexia na qual atinge 43% das meninas no país. Além disso, o jovem exposto a este modelo consumista acredita, inconscientemente, que necessita de um objeto para se inserir num grupo. Paradoxalmente, este produto é utilizado como diferenciador entre as pessoas, e causa a exclusão daqueles que não o possuem. Logo, é necessário que o os pais estimulem uma vida saudável para os filhos como a prática de esportes e atividades ocupacionais com a finalidade de reduzir o tempo que a criança fica sedentária assistindo televisão, como também é necessário que mudem a dieta dos menores e insiram frutas e verduras usando suas diversas cores como forma de atraí-los e mudar a previsão de obesidade na fase adulta. A sociedade tem que agir como fiscalizador dos adolescentes demonstrando com exemplos da realidade que a beleza e o “status” não estão no poder aquisitivo e nem nos objetos, mas está nos valores éticos, por exemplo, o caráter.