Estratégia publicitária voltada às crianças. Público alvo fácil de atingir. Racionalidade cultural pautada no consumo exacerbado. Essas são características mais do que meramente vestigiais das causas que envolvem a problemática do consumismo infantil. Assim, a indústria publicitária estabelece um grande poder de persuasão sobre as crianças e adolescentes, sendo então, fundamental a abertura de debates e reflexões acerca dos limites do consumo abusivo feito pelos infanto-juvenis. Segundo dados da Recicloteca, estimam-se que, aproximadamente, 7 a cada 10 crianças são influenciadas a querer um produto por ter personagens de filmes e desenhos famosos. Desse modo, infere-se que esse método de venda é adotado principalmente pela indústria alimentícia e relaciona-se diretamente com a questão da obesidade infantil por oferecer, muitas vezes, alimentos com baixo teor de nutrientes em embalagens chamativas. Além disso, as empresas de fast-foods adotam em sua política de venda os hambúrgueres, por exemplo, acompanhados de brinquedos, contribuindo também pelo elevado índice de crianças hipertensas e/ou diabéticas. Ainda, vale ressaltar os possíveis reflexos futuros sobre as crianças. O consumo abusivo atendido pelos pais revela como que o público infantil exerce influência sobre eles. Por conseguinte, esse atendimento exagerado dos anseios da criança pode colaborar negativamente na sua condição de futuro consumidor ativo, ao que se refere aos abusos e impulsos do consumo exagerado. Logo, para conduzir a criança a essa prática consciente, a atuação dos pais, impondo limitações ao consumo, é essencial para o desenvolvimento do indivíduo. Torna-se evidente, portanto, que a questão do consumo infantil exige medidas concretas. Apesar de já existir leis vigentes que limitam certas práticas publicitárias adotadas pelas empresas, ainda há muitos feitos realizados por esta que trazem consequências ao público infantil. Por isso, é necessária uma eficaz a atuação do poder legislativo e da ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para assegurarem que não sejam ultrapassados os limites éticos da publicidade. Isso pode ser feito por meio da exigência do cumprimento de leis sobre as práticas persuasivas de consumismo infantil, além de punir administrativamente empresas flagradas com práticas que se dizem contra ao estabelecido por esses órgãos.