A pressão implacável exercida pelo capitalismo, fundamentada na maximização dos lucros, surte efeitos generalizados, atingindo, indiscriminadamente, o público infantil que, carente de maturidade e capacidade de discernimento, absorve imparcialmente o que lhe é apresentado. O desenvolvimento psicológico da criança é balizado pelo contexto social em que ela está inserida e é influenciado pelas experiências, observações e sensações vivenciadas. Nessa fase de construção da personalidade, promover incentivos ao consumismo desenfreado pode determinar o comportamento do futuro adulto em relação a diferentes aspectos da sua vida. E é justamente nesse período de crescimento e construção de valores que a publicidade busca recrutar seus mais fiéis consumidores, alterando os produtos comercializados e tornando-os atrativos ao publico infantil que, comprovadamente, influencia nas decisões de compra do núcleo familiar. Na medida em que se valoriza o consumo de produtos em detrimento da consolidação de uma postura reflexiva e consciente, surgem comportamentos enfraquecidos quanto a capacidade de estabelecer prioridades e identificar necessidades reais, e não aquelas construídas através da manipulação midiática. Os futuros adultos, por conhecerem o mundo a partir de sua expressão monetária, serão apenas mais uma engrenagem na máquina capitalista. Torna-se necessário avaliar de forma consistente o impacto exercido por esse bombardeio de propagandas sobre a mentalidade infantil, estimulando a supervisão dos responsáveis quanto ao impacto gerado sobre as crianças e estabelecendo limites ao poder publicitário, através da regulamentação da mídia