A propaganda se utiliza da função apelativa da linguagem que visa convencer o consumidor a comprar tal produto, e grande parte desse setor midiático é dedicado ao público infantil. No entanto, a necessidade de adquirir alguma mercadoria pode causar problemas como a obesidade, quando a mercadoria em foco é o alimento, e o espírito consumista desde a infância, fato que pode acompanhar o indivíduo até a vida adulta. Primeiramente, é essencial destacar que esse espírito capitalista nos pequenos começa com a publicidade, a qual vende que o novo é sempre melhor. Nesse sentido, cria-se nos mais novos o desejo pelo último lançamento de brinquedo, pois ao conquistá-lo ele se sente prestigiado socialmente, e inserido no círculo de amigos que já possuem tal produto. Dessa forma, a cultura do novo se torna inerente aos pequenos, os quais crescem com valores éticos que permitem a satisfação imediata de seus desejos consumistas para se sentirem inseridos na sociedade, como afirma Bauman: “Consumo, logo existo.” Ademais, quando o consumo desenfreado é no setor alimentício, é inegável que a obesidade se torna frequente, de tal forma que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, esse mal atinge 15% das crianças entre 5 e 9 anos. Isso ocorre porque há toda uma publicidade nos produtos industrializados, os quais acompanham brindes, que são responsáveis por 38% do capitalismo infantil, induzindo os pequenos a ingestão de comidas, geralmente, gordurosas. Nessa perspectiva, como eles não têm senso crítico, comem o que parecer mais divertido e atraente, e ao considerar o fato de que não há estímulo propagandístico aos alimentos saudáveis, as comidas processadas ganham a confiança desse público. Portanto, os pais devem criar um melhor hábito alimentar para os filhos, evitando os produtos mais gordurosos e industriais, além de criar nos pequenos a consciência de consumo sustentável, comprando somente o necessário. Às escolas cabem realizarem campanhas de conscientização sobre as consequências do consumismo, e o perigo da obesidade, visando educar desde cedo as crianças a comerem bem e consumirem somente o que for preciso. Aos publicitários convêm mudar o modo como oferecem seus produtos, sem induzir ao público infantil a necessidade de ter algo. Só assim poderemos diminuir o sobrepeso e o espírito consumistas nas crianças.