A atual sociedade de consumo está repleta de empresas que não medem esforços para se consolidarem em um mercado cada vez mais diversificado e competitivo. Nesse cenário, o público infantil representa os consumidores mais vulneráveis. As crianças são, diuturnamente, bombardeadas com diversas imagens de consumo que influenciam diretamente no desenvolvimento psicossocial das mesmas. Some-se a isso o fato de que o mercado publicitário pode fazer prosperar uma distopia social na qual se percebe uma sociedade engajada na produção em série de consumistas mirins. Televisão, internet, tabletes, celulares: todas essas tecnologias estão cada vez mais presentes no cotidiano das crianças e é através daquelas que essas sofrem todos os tipos de apelos de consumo. Segundo o IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), em 2014, o tempo médio de exposição das crianças à televisão, por dia, foi de 5h35min. Isso acarreta sérios problemas que comprometem o desenvolvimento das crianças que ficam passivas, afastadas do aprendizado lúdico, das brincadeiras e dos jogos interativos. A produção seriada, marca da indústria de bens de consumo, tem seu modelo reproduzido na “fabricação” de pequenos e jovens consumistas. As crianças ficam tão absortas pelas propagandas, as quais costumam envolver seus personagens e heróis favoritos, que acabam associando um produto específico ao prêmio necessário para as suas felicidades. O deslumbramento promovido por essas mídias produz um tipo de alienação muito mais danosa do que a que se vê entre adultos, uma vez que ela é implantada na mais tenra infância, período no qual a capacidade cognitiva e o senso crítico ainda não estão desenvolvidos. Fica evidente, portanto que as consequências desse consumismo infantil serão o legado de uma sociedade que valoriza o poder aquisitivo em detrimento do desenvolvimento pessoal. Para mudar esse paradigma é necessário maior acompanhamento familiar acerca do conteúdo e do tempo de exposição das crianças aos diversos meios de comunicação de massa. Os pais, junto com as escolas, devem criar oportunidades de interações construtivas que promovam o aprendizado e a socialização. As empresas devem oferecer conteúdos mais relevantes em suas peças publicitárias de modo que incentivem o estudo e agucem a curiosidade científica das crianças.