Na chamada “sociedade do espetáculo” o consumo exagerado de produtos desnecessários vem crescendo quase que exponencialmente, e a entrada prematura das crianças no universo adulto resulta em sua frequente transformação em atores mirins do espetáculo consumidor. Nesse prisma, é importante analisar os impulsos e reflexos do consumismo infantil na sociedade brasileira. Primeiramente, é válido destacar que uma pesquisa publicada pela Recicloteca mostra que a publicidade influencia mais de 80% das crianças consumidoras, isso se deve ao fato de que por não serem mentalmente maduras e facilmente manipuláveis, as crianças tornam-se constantemente alvos de propagandas e anúncios abusivos. Ademais, a criação de pequenos consumidores compulsivos e alienados, acarreta em sérios problemas ambientais, uma vez que a quantidade de lixo vai aumentar consequentemente. É necessário entender, ainda, que em um mundo guiado pela ótica capitalista, no qual o lucro é prioridade, são inúmeros os artifícios usados para induzir crianças a consumir, sendo os brindes que vêm com os produtos responsáveis por quase 40% das vendas, enquanto a utilização de personagens famosos corresponde a mais de 70% das vendas. Nota-se ainda que a escassa participação da família na vida da criança é um fator agravante, uma vez que sem um guia social elas estão fadadas a seguir o conceito que o mundo apresenta. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Buscando minimizar o uso de propagandas abusivas, o Ministério da Justiça deve instituir leis mais rigorosas que,e em parceria com a polícia civil garantir a fiscalização dessas. Além disso, o MEC poderia implantar palestras que discutam a importância do consumo consciente, e, quem sabe em parceria com a sociedade familiar, as cortinas desse espetáculo poderiam ser fechadas permanentemente.