Durante a Segunda Guerra Mundial, a medicina avançou significativamente na criação de diferentes tipos de drogas. Apesar de esse avanço ter sido positivo para o tratamento de diversas mazelas, algumas dessas substâncias, como a heroína e a cocaína, passaram a ser utilizadas de forma abusiva por parte da sociedade. No Brasil, entorpecentes têm seu uso proibido e criminalizado, no entanto, essas medidas mostram-se ineficazes, uma vez que, o uso de drogas vem avançando no país. Essa problemática gera consequências sociais à população, seja pela ineficácia de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade da sociedade. O uso abusivo de drogas pode causar diversos problemas físicos e mentais ao usuário. Segundo a pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Abuso de Drogas, dos Estados Unidos, existem dois tipos de pessoas mais vulneráveis ao vício: adolescentes e portadores de doenças psiquiátricas. Com a política atual de combate às drogas, qualquer pessoa tem acesso a tais substâncias, inclusive as mais vulneráveis, por conta do intenso tráfico que existe no país. Além disso, os entorpecentes consumidos no Brasil, por serem proibidos, tornam-se mais perigosos do que os efeitos colaterais da substância em si, por falta de um controle de qualidade que poderia garantir a saúde do dependente químico, na medida do possível. Outrossim, destaca-se o preconceito contra o usuário como produto do avanço das drogas no país. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de exterioridade, coercitividade e generalidade. Seguindo essa linha de pensamento, o tabu existente entorno do dependente químico encaixa-se na teoria do autor, uma vez que, se uma criança nasce em uma família que trata o usuário de drogas de forma excludente e marginal, ao invés de tratá-lo como uma pessoa doente, essa criança tende a repetir esse comportamento, transmitindo o mesmo de geração em geração. Portanto, entende-se que o avanço das drogas no Brasil gera consequências na sociedade por conta de leis ineficazes e do tabu, no qual o usuário é envolvido, como intenso fato social. Afim de reduzir tais danos, o poder legislativo deve elaborar uma política de descriminalização das drogas, que garanta controle de qualidade e limite o acesso a essas substâncias aos grupos de maior risco. Além disso, é necessário o tratamento dos dependentes químicos, que deve ser realizado por ONGs especializadas. Ademais, o Ministério da Saúde deve realizar campanhas, em parceria com as emissoras de televisão aberta, que apresentem os riscos do uso de entorpecentes e que mostrem o usuário sem preconceitos, disseminando assim, a informação em vez do medo.