Com a melhoria da qualidade do sistema de saúde nacional nos últimos anos como um todo e com o avanço nas pesquisas relacionadas às drogas e seus efeitos, esperava-se que houvesse uma generalizada diminuição do número de usuários. Todavia, uma análise rigorosa da realidade mostra que não foi isso o que aconteceu e hoje, o Brasil ocupa a segunda posição em consumo de cocaína e o aumento do consumo de outras drogas, como crack e maconha cresceu em relação à última década. Dessa forma, graças à falta de uma política pública efetiva de combate ao consumo de substâncias ilícitas e à falha dos organismos ligados a esse combate, tem-se que todo o país passa por uma epidemia de consumo de drogas. Primeiramente, é importante analisar o contexto histórico da utilização dessas no Brasil. Desde sua chegada ao país, no século XIX a maconha foi considerada ilegal e seu consumo fortemente proibido, de fato, essa proibição ocorreu na maior parte do mundo ocidental e não apenas aqui. Entretanto, isso não causou um efeito benéfico, visto que a ilegalidade dessa planta específica e das outras drogas fez com que se desenvolvesse um forte esquema relacionado ao crime organizado e ao tráfico ilegal. Dessa forma, criou-se não apenas um problema, ou seja, a dependência química, mas também o crime organizado, pois como se sabe, o crescimento de ambos está diretamente relacionado à proibição dessas substâncias químicas. Além da tentativa forçada e errônea de coibir o consumo, contribui para o aumento desse a falta de cuidado em relação aos jovens. De acordo com a OMS, os adolescentes estão no grupo de maior vulnerabilidade em relação ao consumo drogas. Isso, como se sabe , se deve a fatores tanto psicológicos como educacionais e genéticos. Certamente, sabendo dessa vulnerabilidade dos menores de idade, faz-se necessária uma atenção especial voltada a esses. Entretanto, muitas vezes pensa-se que o importante não é prevenir o consumo mas sim tirar aqueles que já são viciados do vício. Isso é um erro, visto que com uma ação premeditada visando coibir o uso, economiza-se tempo e dinheiro que seriam gastos no futuro. Diante do exposto, percebe-se a necessidade de coibir o consumo de drogas de maneira efetiva. Para isso, seria mais interessante, no Brasil, seguir o exemplo de vários estados norte americanos que gradualmente legalizaram o uso especificamente da maconha. Esses, além de reduzir o número de usuários, passaram a arrecadar milhões de dólares durante o ano. Além das medidas específicas em relação à droga, é preciso prevenir o seu uso, Desse modo, é imprescindível que o Ministério da Saúde, em conjunto com os municípios, atue em escolas públicas e privadas, realizando campanhas e alertando jovens e adolescentes em relação aos riscos do consumo de substâncias ilícitas e deem suporte específico às crianças que passam por situação de risco ou vêm de famílias desestruturadas.