Música. Dança. Cinema. São inúmeras as formas que o ser humano encontrou de obter entretenimento e prazer em sua vida ao longo dos séculos. Na contemporaneidade, contudo, grande parte da sociedade passou a buscar o bem estar por meio de algo até então inédito: entorpecentes. Diante desse contexto, é essencial compreender que a dependência a essas substâncias deturpa a ideia de felicidade e pode afetar, a longo prazo, a economia brasileira. Como defendido na tese do filósofo pós-moderno Zygmunt Bauman, a principal característica da atual sociedade é o individualismo e a superficialidade das relações, fato que pode ser percebido nas famílias que pouco interagem entre si e nos amigos que mal conversam pessoalmente. Tal cenário gera sentimento de solidão e vazio, fazendo com que a busca por alguma forma prazer torne-se primordial. Por não acharem satisfação em atividades como esportes, música, leitura, muitas dessas pessoas recorrem às drogas acreditando ser esse um meio válido de atingir a felicidade, o que se mostra uma ilusão. Dessa forma, o uso em excesso de entorpecentes corrobora para a construção de uma sociedade mais infeliz e problemática. Ademais, o crescente número de dependentes químicos no Brasil, pode afetar o desempenho econômico do país no futuro. Os adolescentes fazem parte da população economicamente ativa (PEA), já que se tornarão adultos capazes de contribuir financeiramente com a nação. Todavia, é justamente essa a classe mais afetada pelo vício às drogas, muitas das vezes resultado dos desafios enfrentados nessa fase de transição para a vida adulta. Sendo assim, é notório que, ao tornarem-se dependentes das drogas, esses jovens mostram-se inaptos ao mercado de trabalho, prejudicando, dessa forma, a economia futura. As consequências do avanço das drogas no país, portanto, são uma sociedade mais doentia e infeliz, e uma economia em risco. Para que essa situação seja minimizada, é ideal que o Ministério da Educação, com o apoio da mídia, incentive a prática de esportes e leituras, bem como a aprendizagem de instrumentos, visando a estimular na população o prazer e o bem estar na realização dessas atividades. Além disso, os cidadãos podem criar ONGs formadas por psicólogos e médicos com o objetivo de ajudar, com tratamentos gratuitos, os adolescentes viciados em drogas que perambulam pelos estados brasileiros. Dessa forma, quem sabe, essa sociedade encontrará o tão desejado prazer pela vida.