Vício pode ser considerado como hábito repetitivo que causa algum prejuízo ao dependente bem como aos que com ele convivem, sendo esse ocasionado por fatores diversos tais como: distúrbios psicológicos e emocionais que, em certos casos, estão relacionados a causas pessoais ou familiares. Em vista disso, o termo vício também pode ser entendido como válvula de escape àqueles que o possui e infelizmente se relaciona, de maneira direta, ao consumo de drogas que vão das mais comuns como o álcool a substâncias mais nocivas- crack, cocaína, oxi, heroína- o que configura em grave problema de saúde pública, embora muitas pessoas o relacione apenas a questão do tráfico e por consequência a violência urbana, inclusive no Brasil, onde o consumo de entorpecentes é alarmante, segundo maior consumidor de drogas do mundo. Apesar de Estado e sociedade tratarem o consumo de drogas como uma questão de segurança, vale a ressalva de que essa também é uma problemática que diz respeito à saúde pública, já que compromete a qualidade de vida daqueles que as consomem. Todavia, a maneira equivocada com a qual Estado e sociedade tratam o indivíduo usuário de drogas, muitas vezes criminalizando-o, contribui para que esse problema se agrave pois o submete a condição de marginal e não considera que o viciado em drogas é um ser humano que necessita de tratamento. Em vista disso, o consumo de drogas, em certos casos, se relaciona com a violência a partir do momento em que o sistema judiciário não distingue o dependente químico de um criminoso, a considerar que a lei número 11343\06 torna o uso de entorpecentes algo ilícito, pois submete o usuário de drogas- réu primário- a um sistema de cárcere em que não lhe é conferido nenhum tipo de assistência, o que contribui para que esse se torne de fato um bandido. Portanto, para a problemática em relação ao consumo de drogas no país se tornar amena é crucial que haja mudanças quanto a atuação do Estado no tocante ao tratamento conferido aos dependentes químicos , o que a princípio deve ser realizado por meio de maiores investimentos no setor saúde pública, uma alternativa viável se encontra na construção de mais clínicas de reabilitação que confiram tratamento digno a esses indivíduos, quanto ao poder judiciário deve haver mudanças na lei direcionada a punição do dependente químico, o que deve ser feito com o auxílio de uma análise sucinta em relação ao que realmente configura crime de tráfico. Não obstante, cabe a sociedade a tomada de consciência de que o indivíduo químico dependente possui uma grave doença a qual o tratamento se torna mais eficaz quando precedido de compreensão e cuidados, inclusive por parte de seus familiares.