No século XVI, houve um redimensionamento da visão com relação à deficiência, que deixou de ser tratada como uma questão moral para ser compreendida por uma abordagem médica. A microcefalia é uma doença caracterizada, quando a circunferência da cabeça de um bebê é inferior a 32cm, causando problemas na locomoção motora, fala e retardo intelectual. Alguns especialistas já afirmam que há uma relação com o zika vírus. Com o aumento de casos dessa doença, surge a questão do aborto ilegal e as mulheres que morrem tentando efetuar o procedimento clandestinamente. Outro desafio, será no sistema de saúde, que demandará por médicos especialistas no atendimento de crianças e futuros adultos com essa condição. A Organização Mundial de Saúde, (OMS), estima que 1 milhão de abortos ilegais são realizados no Brasil, isso quer dizer que, muitas mulheres põem em risco suas vidas em procedimentos clandestinos, gerando um aumento no número de mortes, visto que, tal dispositivo não é legal, menos ainda, disponível no sistema público de saúde. Com o aumento de casos de microcefalia, a tendência é que a necessidade legalizar o aborto cresça ainda mais. Outra questão importante, será a demanda por médicos especializados no atendimento de crianças e adultos com microcefalia, já que esta classe demandará por tratamentos para a espasticidade – rigidez dos músculos - déficit intelectual , convulsões e autismo. De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um corpo biológico por ser assim como esse composta por partes que interagem entre si. Desse modo, pessoas portadoras de microcefalia, não devem ser excluídas da sociedade, mas sim, que possam ter qualidade de vida no meio social, para isso, o Estado deve destinar verbas para hospitais públicos para que atendam com eficácia aos portadores da doença. Também a sociedade junto ao Governo Federal, devem discutir quanto a legalização do aborto, assim o número de mulheres mortas tentando abortar certamente diminuirá.