O surto de zika vírus iniciado em 2015 trouxe consigo um aumento no número de casos de microcefalia no Brasil. O zika, de sintomas parecidos com a dengue, é uma doença passageira, mas a sua associação ao nascimento de microcéfalos traz consequências duradouras, o que deixa a população brasileira em alerta. A microcefalia é uma doença caracterizada pela união antecipada dos ossos do crânio, o que impede o crescimento e desenvolvimento normal do cérebro. Pode ser primária, quando o fechamento ocorre até o sétimo mês da gravidez, ou secundária, quando ocorre no fim do período gestacional ou após o nascimento da criança, nos dois casos pode deixar sequelas, mas no primeiro as complicações são ainda mais graves. Entre as consequências da microcefalia está a possível dependência da criança durante toda a vida, já que as complicações incluem atraso nas funções motoras e de fala, alterações neurológicas, déficit intelectual e dificuldades de coordenação e equilíbrio. O Brasil assistiu a um surto de casos de microcefalia que foi associado ao zika vírus, foram identificados cerca de 3500 recém-nascidos com suspeita da doença, segundo o Ministério da Saúde. O zika, assim como a dengue e a febre chikungunya, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que encontra no clima tropical do Brasil, condições perfeitas para sua reprodução, mas foi recentemente descoberto que sua transmissão também pode ocorrer por via sexual. O aumento no número de casos preocupa casais que estejam esperando ou pretendem gestar uma criança, já que falta conhecimento acerca da doença e dos cuidados a serem tomados com os portadores da microcefalia. A atuação contra o aumento dos casos de microcefalia relacionados ao zika deve acontecer em duas frentes, sendo as duas promovidas pelo Governo Federal em associação ao Ministério da Saúde: na primeira, deve haver um aumento da propaganda acerca do tema nos principais meios de comunicação, conscientizando sobre o perigo de deixar locais com água parada - já que estes podem se tornar criadouros do mosquito transmissor - e a importância de ter relações sexuais com preservativo durante a gestação; na segunda, deve-se investir no setor da saúde, para que os pais de crianças microcéfalas recebam as melhores informações possíveis sobre os cuidados a serem tomados e tenham acesso a acompanhamento de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos especializados.