Durante o período de desenvolvimento embrionário chamado nêurula, ocorre a formação do tubo neural e dos tecidos que formarão o cérebro e a medula da pessoa. Porém, uma doença tem sido um obstáculo a esse processo natural no Brasil: a microcefalia. Esse mal causa grandes efeitos negativos no cotidiano da sociedade e, inclusive, na economia brasileira. Devem ser analisadas, inicialmente, as dificuldades enfrentadas por pais de crianças com a patologia. Isso ocorre pois, devido aos problemas motores e mentais, a família precisa adaptar a rotina para atender aos cuidados necessários. Segundo a pediatra Beatriz Beltrame, os doentes requerem atenção especial para realizarem algumas tarefas, como por exemplo, banho e alimentação. Infelizmente, não há uma estrutura que prepara a população para isso. Em razão disso, o número de mulheres que desistem de engravidar -devido ao surto da doença- aumenta constantemente, levando a um cenário ainda mais preocupante. O perigo é que, com menos nascimentos, ao longo dos anos a população jovem diminui e, dessa forma, reduz-se o número de trabalhadores produtivos no país. Segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a taxa de natalidade de 2015 foi cerca de 15% menor do que a de 2014. Fica evidente, portanto, que falta preparo em relação aos encargos dos pais e que, concomitantemente, não há suporte suficiente durante a gravidez. Logo, cabe ao Ministério da Educação a elaboração de um plano de instrução -amplamente divulgado pela mídia- para jovens e adultos quanto as formas de se tratar uma criança com microcefalia por meio de palestras em escolas e postos de saúde. Além disso, é fundamental que o Ministério da Saúde invista em pesquisas para a produção de medicamentos que combatam a doença ainda no período de gestação.