A microcefalia é uma condição neurológica em que o tamanho do cérebro e da cabeça é abaixo da média para determinada idade, causando retardo mental em 90% dos casos. Mesmo não sendo uma doença nova, a questão ganhou destaque, no Brasil, após um surto de recém-nascidos com essa condição, causada através da infecção materna, durante a gestação, pelo Zika Vírus. Mesmo com todo o esforço do Ministério da Saúde, lançando boletins epidemiológicos semanais, por ser uma situação nova, a demora na confirmação entre a associação de casos de microcefalia e o Zika vírus retardou possíveis ações a fim de evitar novos casos, sendo registrados um alto número desses, por volta de 2 mil. Ademais, uma vez que a microcefalia não tem cura e necessita de cuidados especiais para o resto da vida, requerendo enorme preparo psicológico pelos pais, gestantes expostas ao vírus, não sabendo lidar com a situação, provocam abortos ou entram em depressão. Portanto, o impacto social gerado pela microcefalia é complexo e requer desde de discussões sobre aborto, acompanhamento psicológico materno, até estudos e ações a fim de receber e integrar essas crianças à comunidade da melhor maneira. Nesse sentido, cabe ao governo, através do Ministério da saúde, o investimento em pesquisas relacionadas ao tema, bem como oferecer formas de proteção contra o vírus, com distribuição de repelentes e de combates ao vetor( Aedes aegypti). Além disso, deve haver a disponibilidade nos postos de saúde de profissionais capacitados, como psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais em quantidade suficiente para atender as famílias que necessitem. Aos pais cabe buscar apoio em associações filantrópicas, como a APAE e proporcionar acompanhamento médico necessário para o melhor desenvolvimento possível da criança.