Apesar de ser um direito constitucional e de ter um dos programas de saúde pública mais abrangentes a realidade brasileira no que se refere a esse tema é bem diferente, fato comprovado pela pesquisa realizada pelo portal Blomberg em que o Brasil ocupa a última posição num total de 48 países que foram analisados quanto a eficiência dos serviços de saúde. Além dos problemas de sempre (ausência de médicos, falta de remédios e utensílios básicos e hospitais com infraestrutura inadequada) o país, agora, tem de lidar com um novo impasse, a epidemia de microcefalia e suas consequências. As frequentes endemias de dengue – que somente na metade do primeiro semestre de 2016 já tinha registrado 802.249 casos em todo o Brasil, segundo o portal de notícias G1 – já eram um aviso do despreparo do governo em relação a situações de surtos virais. O aumento expressivo de infectados com outras doenças transmitidas pelo mosquito “Aedes aegypti” é mais uma prova disso. O desafio, agora, se instala nas complicações provenientes dessas doenças como a microcefalia. Ademais a má formação que deixa o crânio dos bebês menor que a média, gerando problemas no desenvolvimento cognitivo é o que caracteriza essa patologia. Essas crianças e suas famílias necessitam de acompanhamento médico e acesso a medicamentos específicos, as instituições públicas proporcionam esses benefícios, mas a demanda é muito grande, em Pernambuco para 339 bebês microcefálicos são disponibilizados apenas 9 hospitais especializados, estes somente para regiões metropolitanas, ou seja, o interior fica desamparado. Além disso, o número de notificações de novos casos não cessa, mostrando a ineficácia das políticas públicas para prevenção. Dessa forma, com o objetivo de reverter esse cenário o Ministério da Saúde, por meio de campanhas midiáticas, poderia promover as consequências ligadas à microcefalia, bem como as medidas de prevenção, sobretudo o combate ao mosquito. Com o intuito de amparar as famílias e seus bebês, o governo federal deveria disponibilizar mais recursos pra esta área, possibilitando o atendimento necessário tanto aos da metrópole quanto do interior dos estados afetados, e assim, tendo a célebre frase de Confúcio em mente, não corrigir as falhas é o mesmo que cometer novos erros, tentar diminuir o número de acometidos por essa síndrome.