Título da redação:

Microcefalia: também um problema de longo-prazo

Tema de redação: As consequências do aumento de casos de microcefalia no Brasil

Redação enviada em 24/10/2016

Nos últimos dois anos, o surto de microcefalia gerou uma série de complicações para o governo e a sociedade. Os esforços empregados, até agora, pelo governo, o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Internacional da Saúde (OMS) no combate, na contenção, na prevenção e no tratamento da microcefalia foram intensos. Entretanto, para que o país enfrente esse problema com sucesso, é preciso, também, contemplar e levar a sério as consequências de longo prazo. A microcefalia ocorre quando o cérebro do bebê não cresce o suficiente no período de gestação ou após o nascimento. A medida que o bebê cresce, ele poderá sofrer várias complicações no seu desenvolvimento, como dificuldades intelectuais, motoras, visuais, auditivas, etc. Além disso, os pais dessas crianças, desde o começo, enfrentam enormes dificuldades para lidarem com essas complicações, que passam a ser cotidianas. Muitos, por exemplo, precisam imediatamente deixar suas carreiras para dedicarem-se a tempo integral para cuidar de suas crianças com necessidades especiais. Além disso, para que os bebês com microcefalia se desenvolvam da melhor forma possível, alcançando o seu potencial máximo, eles precisam receber tratamento adequado e específico para cada caso. No entanto, apesar de existir no Brasil tratamento altamente especializado para crianças com necessidades especiais, ele é muito demorado e complexo. Por isso, as famílias das comunidades pobres, as mais afetadas pela microcefalia, são as que mais enfrentam dificuldades em acessar os tratamentos necessários para a habilitação de suas crianças e o suporte emocional para a jornada de paternidade. Desse modo, as dificuldades que a sociedade e o governo enfrentam não são simples e, portanto, precisam também de medidas de longo prazo. Para começar, o MS deve imediatamente iniciar o treinamento de especialistas aptos para lidar com os afetados pela microcefalia, principalmente aqueles que são mais complexos. As regiões mais afetadas pela microcefalia devem receber postos equipados com esses especialista e material apropriado para ajudar as famílias e as crianças que enfrentam o problema. Também, o mais antes possível, é preciso divulgar mais informação, na televisão principalmente, a respeito dos passos que os afetados pela doença precisam tomar para lidarem com ela. Assim, aliado as medidas de curto prazo, o Brasil terá a chance de não só conter essa epidemia, mas também de propiciar uma vida digna para as crianças e as famílias que combaterão diariamente a microcefalia por décadas a seguir.