É difícil ou até mesmo impossível definir o momento exato em que o temido vírus da zika chegou ao Brasil. Alguns dizem ser herança da Copa do Mundo de 2014, ano em que o país não levou a taça mundial do futebol, porém, ganhou um presente bem grego: o aumento surpreendente dos casos de microcefalia, mal-formação congênita até então praticamente desconhecida pela população brasileira. O fato é que o surto de microcefalia em bebês recém nascidos começou no fim de 2014, provocando a suspeita de que a doença poderia ter relação com o vírus da zika, o mais novo vírus presente no mosquito aedes aegypty, que já carregava a dengue e a chikungunia. Conquanto ainda não se tenha precisado a relação entre o zika e a microcefalia - os estudos ainda não são conclusivos - já são mais de 4 mil crianças em todo o país apresentando sintomas da mal-formação, que vão desde o diâmetro menor do crânio até cegueira, surdes e retardos mentais e motores. Por conseguinte, essas crianças precisam de tratamento e acompanhamento médico o quanto antes, a fim de que se desenvolvam da melhor maneira possível. Entretanto, o Sistema Único de Saúde (SUS) não está preparado para receber esses pacientes, nem mesmo seus profissionais treinados para isso, especialmente nas cidades do interior do país. Isto posto, o governo tem um grande desafio pela frente, a começar pela conscientização da população com relação a doença, a fim de que as pessoas entendam que essas crianças precisam ser tratadas e cuidadas. É preciso trabalhar de forma eficaz junto aos pais, para que eles possam aceitar a condição dos filhos e contribuir para o tratamento. Ademais, é fundamental capacitar os profissionais da saúde pública para receber os pacientes com microcefalia e seus familiares e atendê-los de forma adequada, orientando e ensinando sobre a doença e suas consequências e contribuindo para que essas crianças afetadas pela microcefalia possam se desenvolver e superar as deficiências de maneira efetiva.