A microcefalia, patologia que causa a má formação do crânio de recém-nascidos, vem sendo alvo, recentemente, de diversas discussões e debates em vista do aumento de casos registrados no Brasil. Embora esse cenário seja de grave impacto à saúde pública, questões sociais são envolvidas conjuntamente, criando consequências em diversos âmbitos da sociedade. Em pesquisas na Paraíba, a ligação do Zíka vírus com a microcefalia foi confirmada e o estado de atenção com o Aedes Aegypti foi dobrado, visto que este é o hospedeiro do vírus. No entanto, as classes sociais periféricas são as mais afetadas, analisando não somente as condições financeiras precárias, mas também, a alta taxa de natalidades e a pouca atenção da população com os focos de mosquitos transmissores, aumentando, assim, a taxa de bebês microcéfalos. Além da questão socioeconômica influenciar diretamente nas condições e na probabilidade de manifestação da doença, uma série de questões em cima dos direitos da mulher e do feto estão sendo abordados, como o direito da mãe sobre sua gestação que, embora ilegal, muitas mulheres acabam recorrendo ao aborto clandestino em casos de rejeição do feto microcéfalo. Em vista disso, a liberação ou não do aborto é uma incógnita, apesar do recém-nascido apresentar sequelas e estar sujeito a rejeição da mãe. Em meio a esse cenário problemático, portanto, é evidente que a microcefalia traz consequências não somente vitais, mas também sociais e éticas. Em vista disso, deve ao Governo Federal o incentivo a campanhas de ordem informativa a respeito da eliminação dos focos do Aedes, afim de acabar com o hospedeiro do vírus o qual causa a microcefalia.