Título da redação:

A realidade social brasileira e sua relação com a microcefalia

Tema de redação: As consequências do aumento de casos de microcefalia no Brasil

Redação enviada em 15/10/2016

Ausência de saneamento básico. Proliferação de doenças. Falho sistema de saúde pública. Fatores como esses caracterizam a realidade brasileira acerca das dificuldades enfrentadas pela população residente em locais subdesenvolvidos e periféricos. Atualmente, o território nacional sofre com diversas doenças ocasionadas pelo acúmulo de água parada, a exemplo da Zika Vírus - fato que se origina devido a irregular distribuição desse recurso natural. Nessa perspectiva, em uma visão contemporânea, é fundamental analisar o contexto social e histórico que constrói essa problemática, bem como suas principais consequências. Inicialmente, tona-se imprescindível compreender o quadro socioeconômico das cidades menos desenvolvidas e das regiões segregadas socialmente dos grandes centros urbanos. Assim como já afirmado por Karl Marx, a sociedade se baseia nas lutas de classes para construir o viés da vida pública; essa mensagem, indubitavelmente, reflete nas populações menos abastadas do país, a qual vivencia uma realidade não só distinta economicamente, como desigual, negativamente, no aspecto ao direito aos recursos naturais, os quais são essenciais para a sobrevivência. A exemplo disso, encontra-se a água tratada, a qual possui regular distribuição e intensa mercantilização em áreas mais desenvolvidas, enquanto é frequentemente ausente em locais periféricos. Esse fato remete no acúmulo de água parada nessas regiões, e, consequentemente, em doenças como a Zika Vírus, a qual pode originar a Microcefalia- redução da circunferência encefálica nas crianças geradas no ventre de mães que contraíram a doença; criando uma problemática ainda maior, a qual, para ser extinta, necessita do combate de concentração à água parada, mesmo com a ineficiente gestão hídrica. Entretanto, é essencial que o entendimento da problemática da Microcefalia possa ser analisado como um ciclo prejudicial, tanto à população, quanto aos órgãos públicos. Como já visto, é notório pontuar que a proliferação da doença é motivada pelo ausente serviço do saneamento básico nacional, portanto, torna-se evidente que essa anomalia atinge, principalmente, a população mais carente. Esse fato acaba por resultar em dificuldades financeiras para lidar com os tratamentos especiais necessários para os recém-nascidos, como leite materno modificado, acompanhamento de médicos especializados, além de remédios especificados, visto que a saúde pública nacional não possui verbas suficientes para o tratamento repentino desse surto epidêmico e de suas consequências; o que transforma o obstáculo social, em um problema econômico ainda maior. Por fim, compreende-se como alarmante a realidade sob a qual a doença analisada se evidencia no Brasil, sendo necessário medidas que amenizem o impasse. É viável que, em primeira instância, o Ministério da Saúde priorize as verbas públicas para o tratamento das crianças portadoras de Microcefalia, concedendo os alimentos e as medicações necessárias, bem como médicos especializados no caso. Além disso, no viés sanitário, é importante que o as autoridades políticas dos locais mais alarmantes combatam a proliferação dos mosquitos que originam esse vírus, através de distribuição igualitária de água tratada, bem como eficiente rede de esgotos.