Na Roma Antiga tinha-se uma sociedade fortemente dividida, cujas classes sociais pouco se misturavam. Atualmente, no Brasil tem-se observado um cenário semelhante. A divisão social não se dá necessariamente por realidades financeiras ou de poder, mas principalmente de ideias e posicionamentos. São formadas as bolhas sociais, grupos de pessoas com pensamentos semelhantes que pouco interagem com aqueles cujas ideias são diferentes das suas. Isso tem causado consequências, muitas vezes negativas, e que merecem atenção. Uma primeira consequência que pode ser observada é o engessamento de pensamentos. Por conta do pouco contato com ideias diferentes, o indivíduo fica preso às realidades da sua bolha, permanecendo ignorante e até mesmo indiferente as demais realidades. Tem-se uma tendência ao individualismo, uma vez que o referencial de mundo consistirá, principalmente, naquilo apresentado pela "tribo". Outra consequência, fruto do agravamento da primeira, é a intolerância. A sociedade se mostra muito sensível aos pensamentos diferentes, o que tem gerado sérios conflitos. Um exemplo disso foram as frequentes ofensas e desrespeito presenciados no período eleitoral, onde a diversidade de opiniões acabou por gerar inúmeras inimizades. A situação é presenciada principalmente nas redes sociais, onde o respeito a diferentes posicionamentos tem se mostrado difícil. Conclui-se então que medidas são necessárias para amenizar o problema. Visando promover desde a infância a interação com diferentes realidades, seria oportuno a realização de debates e exposições culturais sobre diversificados temas e posicionamentos no ambiente escolar. Além disso, caberia à mídia e ao governo a promoção de eventos e campanhas em prol da tolerância e do respeito, promovendo um maior e saudável contato dos diferentes grupos sociais. Assim, aos poucos pode-se construir uma sociedade mais tolerante e diversificada.