É notável, na sociedade brasileira atual, uma crescente problemática referente às bolhas sociais. Para o debate efetivo acerca dessa questão, é relevante abordar fatores sociais bem como tecnológicos. Diante disso, evidencia-se a necessidade de fomentar mudanças governamentais e educacionais. Em primeiro plano, ao analisar a questão das bolhas sociais no Brasil por um aspecto social, a pós modernidade a qual estamos inseridos, assim definida pelo sociólogo Zygmunt Bauman, visivelmente criou pequenos espaços de concepções homogêneas em que tudo o que é considerado diferente é excluído ou marginalizado, situação essa muito bem ilustrada pela discriminação dos não cotistas para com aqueles que entram nas universidades públicas do Brasil por meio das cotas, fatos esses veiculados nos jornais e revistas de todo o país. Tal panorama é bem ilustrado pelo que diz o escritor do século XX Aldous Huxley, ao pontuar que, se analisarmos o mundo somente ao nosso redor, nunca analisaremos o que de fato está acontecendo. Por conseguinte, a sociedade pós moderna criou paradigmas que suscitam ódio e intolerância com o diferente. Ademais, no limiar do contexto tecnológico, as bolhas sociais têm tomado sérias proporções. Visto que, o território digital ainda é considerado desconhecido, isto fomenta a propagação do discurso intolerante, do cerceamento e homogeneização das concepções individuais. Toda essa situação indica que a tecnologia está sendo usada como um meio para reforçar que o corpo social está progressivamente mais inflexível e isolado. Assim, como é ressaltado pelo historiador March Bloch, uma situação ruim só se propagava e se amplifica, quando encontra, na sociedade em que se expande, um caldo de cultivo favorável, o que ilustra, desse modo, a problemática atual das bolhas sociais viabilizadas pelas mídias sociais. Diante dessa problemática, constata-se que as bolhas sociais são consequência de um problema maior no corpo social, contudo elas devem ser contestadas e combatidas. Para tanto, urge que o Estado representado pelo Poder Legislativo, crie projetos de lei que proíbam as mídias sociais de filtrar os assuntos que serão apresentados aos usuários, somente pelos gostos individuais; e aquelas que descumprirem tal determinação, sejam multadas e tenham seu funcionamento suspenso, a fim de, nesse sentido, diminuir o crescimento das bolhas e do cerceamento de pensamento, tudo isso executado por meio da criação de departamentos específicos para cuidar da fiscalização e punição das plataformas que descumprirem a lei.