Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As consequências das bolhas sociais no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 04/10/2018

Com o aperfeiçoamento da internet, no século XXI, verifica-se, hodiernamente, que os principais meios de interação com o mundo dão-se a partir desse canal—seja pelo email, seja pelas redes sociais. Nesse contexto, entretanto, é possível identificar que o acirramento desse mecanismo de comunicação tem gerado bolhas sociais, as quais possuem a capacidade de agravar a intolerância para com as diferenças, além de propiciar a alienação da sociedade. Cabe, assim, discutir sobre as formas de amenizar os efeitos dessa problemática no Brasil. Em primeiro plano, é importante destacar a relação entre a privação do convívio com as diferentes realidades e a ausência de alteridade, que cria a intolerância. De acordo com o filósofo Bauman, a dinâmica social atual de instantaneidade, promovida pela evolução das relações de trabalho e de comunicação, instaurou uma ordem social líquida, isto é, em que os laços de relacionamento têm dificuldades em se tornarem concretos. Nesse sentido, tendo em vista que as redes sociais não reproduzem o contato social real, mas uma experiência virtual, tal situação tende a extinguir a capacidade de se colocar no lugar do outro, fato que incita a intolerância. Dessa maneira, evidencia-se a necessidade de correntes de solidariedade nas mídias sociais. Outrossim, é preciso ressaltar que a lógica econômica globalizada utiliza-se das ferramentas de comunicação contemporâneas para instalar realidades sociais que se adequam ao perfil do usuário, fato que promove o cerceamento da criticidade. Esse cenário pode ser compreendido à luz da Escola de Frankfurt, corrente sociológica que relacionou o papel da mídia com a promoção de padrões econômicos e sociais em toda a população, já que esse canal possui alto potencial alienante, devido às estratégias imagéticas inerentes ao seu funcionamento. Nessa ótica, uma vez que o Brasil contém 116 milhões de pessoas conectadas à internet, conforme revela dados do IBGE, de 2016, fica notória a urgência de se criar políticas que protejam os cidadãos dos excessos de conteúdo publicitário presentes nas redes sociais. Diante do examinado, infere-se que as bolhas sociais no país podem ocasionar prejuízos morais, relacionados à intolerância social, bem como danos à consciência crítica da população. Desse modo, para contornar tais entraves, é imprescindível a simbiose entre os organismos públicos e as principais redes sociais, como o Facebook e o Twitter. Para isso, é mister que o Ministério da Justiça, por meio de perfis sociais nas plataformas supracitadas, produza campanhas que promovam a integração social, usando para isso vídeos que ressaltem a solidariedade na construção democrática da nação, além de hashtags que externalizem o papel das mídias sociais como amplificadoras da interação, e não da privação de realidades. Ademais, some-se a isso o incremento da fiscalização por parte da Justiça, a fim de que os comerciais dessas redes sejam reduzidos e controlados. A partir dessas ações, ver-se-ão o aumento da cultura de tolerância no país e a proteção econômica dos cidadãos, de forma que a alienação e a falta de alteridade sejam dirimidas no país.