Com a popularização das redes sociais, atualmente, é mais fácil que as pessoas se limitem a uma única linha de pensamento nos mais variados assuntos. Com uma maior frequência, as chamadas “bolhas sociais” vêm acabando com a possibilidade de diálogo e tornando escasso o respeito mútuo tanto na internet como no meio social. Nesse viés, analisar essa situação sob a perspectiva da liberdade de expressão sendo usada para limitar a liberdade de expressão, bem como a propagação de notícias e fatos falsos com o intuito de gerar divisão entre as pessoas, torna-se essencial. Em variadas páginas de redes sociais é comum ver grupos que lutam por uma determinada causa, ou que apoiam determinado ponto de vista sobre um tema, usar o termo liberdade de expressão para com a intenção de limitar a liberdade de expressão de outros grupos. Assim como, algumas pessoas não se permitem ouvir (ou ler) as opiniões gerais sobre certas questões. Consequentemente, aflora a partir daí, uma intolerância bilateral, onde quase ninguém aceita opiniões opostas as suas, gerando conflitos, dentro e fora, das redes sociais. O que explica, entre outros fatores, as consequências das bolhas sociais no cenário brasileiro atual. Além disso, temos atualmente na internet, um maior compartilhamento das chamadas “Fake News”, notícias, ou fatos, falsos e escritos na maioria dos casos com intenções pejorativas e que criam maior divisão entre as pessoas. Segundo o site de notícias do Canaltech, a rede social Twitter criou grupo de estudos para conter o “comportamento tóxico” na rede, medidas como, excluir mais de um milhão de contas falsas, foram tomadas para diminuir o compartilhamento de discursos de ódio na rede. Esses discursos vêm de bolhas que querem afirmar seu ponto de vistas, sob o escudo da liberdade de expressão, e sem pensar na possibilidade de estar causando danos sociais. Em suma, percebe-se que é necessário buscar medidas para diminuir a criação das bolhas sociais no cenário brasileiro. Nesse viés, cabe ao Estado a criação de campanhas, que podem ser feitas a partir da mídia e das redes sociais, que tenham o intuito de mostrar que esse pensamento limitado é retrógrado e prejudicial, buscando levar às pessoas o conhecimento de que participar de grupos e páginas com intenções de causar divisão é algo repudiável e que não deve ser feito por uma pessoa direita. Ainda nesse contexto, compete à escola ensinar de forma mais prática que ouvir opiniões diversas e saber debater, é fundamental para a criação de relações menos abruptas com ideias opostas. Esse ensinamento pode ser passado com um melhor ensinamento da filosofia, pois como dizia o filósofo Zygmunt Bauman, Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem. Dessa forma, a maior parte de quem possui esse conhecimento filosófico vai buscar pensar mais antes de atacar outras teses.