De acordo com o sociólogo Bauman, no tempo atual vive-se a modernidade líquida, sendo esta caracterizada por relações mais rasas entre as pessoas e por inquestionável individualismo. Nesse sentido, nota-se o crescimento das chamadas bolhas sociais, em que o indivíduo tem acesso e se relaciona apenas com que é similar a ele e sua opinião. Assim, observa-se inúmeras consequências no cotidiano verde e amarelo. Em primeira análise, ainda segundo Bauman, as pessoas tendem a deixar de lado o contato físico e relacionarem-se no meio virtual. Com isso, são criadas as bolhas sociais, uma vez que as redes sociais é capaz de escolher, baseado em suas ações no meio virtual, com quem irá manter contato e o que irá aparecer para o usuário. Dessa forma, ao selecionar praticamente tudo, este se encontra isolado de fatos e opiniões diferentes ou contrárias a sua ideologia, diminuindo a troca de conhecimento e experiência, acarretando em uma inflexibilidade e rejeição às opiniões opostas. Outrossim, baseando-se em Marx, nota-se uma alienação, visto que a pessoa se encontra destacada das opiniões e fatos alheios e vive no mundo sem saber o que acontece fora de sua bolha social. Dessa maneira, isso ocorre principalmente em ano eleitoral, uma vez que o cidadão conhece apenas o candidato que aparece em seu feed de notícias e sabe muito pouco ou nada dos outros candidatos ao cargo, como é o caso das eleições à presidência no país que ocorreram neste ano. Exemplificando, o eleitor de direita pouco sabe sobre as ideias dos candidatos da esquerda e vice-versa, o que interfere em seu dever eleitoral, pois vota de forma alienada. Nesse ínterim, torna-se evidente que as bolhas sociais apresentam impasses que necessitam ser revertidos. É essencial, portanto, que o Poder Legislativo crie uma lei que proíba as redes sociais de monitorar e selecionar o que cada usuário irá visualizar, a fim de trazer maior diversidade entre os assuntos, com o fito de promover tolerância àquilo que é contrário. Ademais, cabe às escolas, durante as aulas, debater a importância do convívio social e das discussões construtivas, a fim de gerar mais conhecimento pessoal de todas as partes e não apenas do que é favorável, para, assim, ter uma população mais aberta às diferentes opiniões e, consequente, menos alienada. Destarte, busca-se mitigar a problemática e atingir um equilíbrio social, distanciando do que foi previsto por Bauman.