O Brasil, em sua contemporaneidade, enfrenta os efeitos decorrentes das bolhas sociais. Relacionar-se virtualmente e presencialmente somente com indivíduos que compartilham dos mesmos posicionamentos políticos, sociais e religiosos, embora uma prática natural, hodiernamente dificulta a dialética e o respeito à pluralidade de idéias e a diversidade. Nesse contexto, cabe analisar os entraves vinculados à problemática do "efeito bolha" e suas consequências no corpo social brasileiro. Primordialmente, é Indubitável que as bolhas sociais influem a intolerância na sociedade. De acordo com um estudo realizado pela plataforma Comunica que Muda, 84% das menções em redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram foram abordagens preconceituosas e discriminatórias. Desse modo, compreende-se que as pessoas quando limitam-se à determinados assuntos, ao serem expostas a pensamentos contrários, praticam atos intolerantes, isto é, comportamentos de ódio e repulsa às divergências. Outrossim, em conformidade com o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua principal obra "Modernidade Líquida", a fluidez das relações é a principal vicissitude da pós-modernidade. Sob esse viés, pode-se conjecturar que o indivíduo, ao possuir amizades com posicionamentos semelhantes e que não o contrariem, posteriormente compra a idéia de que seus conceitos são unicamente corretos e, assim, tende a possuir um entendimento pessoal limitado sobre o mundo. Dessa forma, portanto, medidas são necessárias para resolver esse empasse. O Estado, aliado às ONG's, deve alertar a população sobre os malefícios de se viver em bolhas sociais, por meio de palestras nos diversos ambientes públicos, para que haja uma maior conscientização populacional. Ademais, urge que a imprensa jornalística divulgue assuntos dos mais variados, por intermédio das diversas mídias sociais, afim de informar as pessoas de forma ampla sobre as divergências existentes no país. Dessa maneira, entender-se-á as consequências das bolhas sociais na sociedade brasileira.