A partir da década de 1990, com o fim da União Soviética, teve início o processo de globalização do mundo neoliberal, o qual criou, diferentemente da expectativa com relação ao controle unipolar norte-americano, um processo de multipolarização e ascensão de países e culturas consideradas periféricas, como a China. Todavia, com a democratização das novas tecnologias da informação e o estabelecimento de redes sociais virtuais, a integração proposta a princípio transfigurou-se na formação das chamadas "bolhas sociais", as quais restringem os usuários desses meios a um único ponto de vista. Nesse sentido, são necessárias medidas, por parte do Estado e da mídia, que busquem a resolução dessa problemática. Primeiramente, é importante destacar o papel que os gerenciadores das grandes empresas de tecnologia da informação detêm diante do que é visto por seus clientes. Segundo Walter Benjamin, sociólogo e filósofo da Escola de Frankfurt, o sistema capitalista necessita da denominada "Indústria Cultural", a qual influencia o comportamento da população através de propagandas e campanhas que visam à massificação ou a objetivos particulares de tais organizações. Desse modo, é possível relacionar o comportamento de instituições, como o Facebook, na adulteração de dados e algoritmos e o enclausuramento das pessoas em seus grupos sociais. Além disso, é notável a função das bolhas sociais nas decisões políticas do Brasil contemporâneo. Na década de 1960, com a crise refletida no governo de João Goulart, aconteceram diversos movimentos e passeatas que se divergiam quanto as propostas econômicas para o futuro do país. Tal dualidade resultou no estabelecimento da Ditadura Civil Militar, a qual definiu as políticas brasileiras por mais de 20 anos. Atualmente, assim como na maioria dos momentos de crise, essa oposição política também se faz presente, potencializada, contudo, pela utilização das redes sociais e o fenômeno das fake news. Desse modo, é vital que atitudes sejam tomadas buscando a garantia da participação e deveres democráticos no Brasil. Fica claro, portanto, que a criação de bolhas sociais esta atrelada ao desenvolvimento e socialização das novas tecnologias, as quais instigam a população a se aderirem a suas convicções particulares. Nesse sentido, é importante que o Estado, em especial o Poder Legislativo, crie leis que proíbam a persuasão das grandes indústrias nas redes sociais, extinguindo também o desenvolvimento de notícias falsas, como no caso da derrubada do site de fake news da MBL(Movimento Brasil Livre). Para mais, é importante que veículos midiáticos exibam debates e palestras em sua grade de programação, buscando estabelecer o senso crítico na população. Dessa maneira, espera-se que o processo de diversificação, outrora visto no início da década de 1990, torne-se presente no Brasil contemporâneo.