A grande quantidade de informações que o ser humano recebe todos os dias, graças à expansão da Terceira Revolução Industrial, nem sempre é refletida, possuindo como agravante o fato de que muitos estão submersos em grupos sociais dificultando o contato e compreensão de uma visão contrária. À luz do pensamento de Platão é possível considerar as bolhas sociais como a “caverna” da modernidade, a qual o homem se encontra preso e alienado, erroneamente crendo somente na sua “verdade”. A internet, inegavelmente, permitiu maior liberdade de informações aos indivíduos, pois diferente da televisão a rede mundial de computadores democratizou as informações. Contudo, as redes sociais têm feito um desserviço à população, porque devido interesses econômicos desenvolveram programas de classificação e monitoramento de perfis com o intuito de promover uma publicidade mais direcionada, ocasionando assim um círculo em volta do usuário. Ademais, é importante perceber que na contemporaneidade as relações líquidas, assim como definida por Zygmunt Bauman, nesse sentido refletem nas interações sociais, pois são superficiais e muitas vezes apenas online. Além disso, é preciso considerar que a ideia etnocêntrica que permeia grande parte dos indivíduos, na qual julgam que suas ideias e gostos são os corretos, analisando o outro como errado e esquisito. Nesse sentido, separar os cidadãos em bolhas sociais pode acarretar no aumento da intolerância e discurso de ódio, comumente propagado nas redes sociais. Fica evidente, portanto, que categorizar as pessoas nas redes sociais causam mais problemas que benefícios. Desse modo, a Câmara dos Deputados pode criar um projeto de lei para coibir o uso de algoritmos classificadores, nas redes sociais, por meio de multas e essas deveram obedecer a lei do país se quiserem continuar atuando. Ainda assim, o Ministério da Educação, juntamente com a escola e a mídia, pode promover projetos de debate da politização digital, por meio de fóruns online incentivando o acesso a diversas notícias sob olhares distintos, a fim de diminuir a intolerância. Só assim o homem poderá sair da “caverna”.