Na obra ficcional do escritor Thomas More, “A Utopia”, é evidenciado como os habitantes da ilha pensam viver bem mesmo isolados do resto do mundo. Analogamente, assim como os cidadãos da ilha de Utopia, os brasileiros que se fecham em suas bolhas sociais veem uma realidade que esse ambiente hermeticamente fechado da bolha mostra, portanto, isolam-se do resto do mundo, das ideias e visões divergentes das suas, aumentando os preconceitos. Logo, por esses motivos, os problemas das bolhas sociais dos brasileiros precisam ser resolvidos. Haja vista que, para o filósofo Paulo Freire, qualquer tipo de ação que impede o exercício da autonomia, levando ao imobilismo e à falta de liberdade de expressão, é um ato de opressão. Assim, os brasileiros que se tornaram preconceituosos em virtude das bolhas, ao defrontarem-se com eventos que ferem seus ideais e cosmovisão, tentarão reprimir tais eventos. Como ocorreu com a exposição do “Queermuseu”, na qual brasileiros que possuíam uma visão rígida sobre os temas da exposição, em virtude das bolhas em que viviam, boicotaram o evento, atrapalhando a liberdade de expressão dos artistas e impossibilitando que outras pessoas pudessem ver as obras. Outrossim, as consequências das bolhas sociais, além de atrapalharem a liberdade de expressão, podem atrasar o avanço científico. Igualmente ao ocorrido no Instituto Royal, onde ativistas, com uma visão linear e falaciosa da realidade adquirida pelas bolhas em que estavam, invadiram o local e retiraram os “beagles” do instituto sob o pretexto de maus-tratos com as cobaias, dando fim às diversas pesquisas científicas. Destarte, a fim de combater as bolhas sociais no Brasil e suas consequências, medidas precisam ser tomadas. Nesse sentido, faz-se mister a criação de palestras para o público geral, em escolas públicas e privadas, com o intuito de conscientizar os brasileiros dos riscos das bolhas e como elas distorcem a realidade, evidenciando seus impactos nocivos na sociedade e como elas podem ser catalisadores para a formação de preconceitos, tornando-os mais resistentes às bolhas. Essas palestras podem ser propostas pelo Ministério da Educação. Dessa maneira, os brasileiros serão mais receptíveis às novas ideias e não se tornarão habitantes da própria utopia.